'UM CALO NA CPI'

Romário lembra que Renan blindou vice da CBF que foi alvo da PF

Senador tetracampeão celebrou operação fruto da CPI do Futebol

acessibilidade:

Um dos autores do parecer alternativo da CPI do Futebol que desencadeou a Operação Bola Fora, nesta sexta-feira (9), o senador Romário Faria (PSB-RJ) comemorou a ação da Polícia Federal conta o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Nordeste, Gustavo Feijó (PMDB). E lembrou que o prefeito-cartola alagoano foi protegido pelo seu aliado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), com a anulação de sua convocação para depor na CPI criada em 2015.

Em publicação nas redes sociais, o tetracampeão Romário lembrou que o aliado de Renan foi “um calo” nas investigações. E considerou ilegal a intervenção de Renan na CPI, após o senador Ciro Nogueira (PP-PI) pedir a anulação da sessão que ouviria Feijó sobre o uso de pelo menos R$ 600 mil em recursos da CBF, como caixa dois para a campanha que o elegeu para o primeiro mandato de prefeito de Boca da Mata-AL, em 2012.

“Esse Gustavo Feijó foi um calo nas nossas investigações. Por que depois que aprovamos a convocação dele, o senador Ciro Nogueira, representando a Bancada da CBF, pediu a anulação da sessão e Renan Calheiros, então presidente do Senado, anulou. A ação deles foi completamente arbitrária e ilegal, a convocação de Gustavo Feijó e de outras pessoas, como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, foi suspensa, mesmo cumprindo o regimento do Senado. Isso travou a CPI por meses e limitou o trabalho de investigação”, relatou Romário.

Jogado para o escanteio pela bancada da CBF no Congresso Nacional, ao lado do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o baixinho famoso pela habilidade de se livrar dos adversários para marcar gols nos gramados elaborou um relatório alternativo ao relatório final do senador aliado de Renan, Romero Jucá (PMDB-RR). E, diante da omissão do texto de Jucá aprovado no Congresso, as provas coletadas no relatório rejeitado serviram de subsídio para o procurador-regional eleitoral em Alagoas, Marcial Coelho, para a investigação que pode resultar na inelegibilidade do afilhado político de Renan.

Gustavo Feijó e a Federação Alagoana de Futebol (FAF), presidida pelo seu filho Felipe Feijó, tiveram os sigilos bancários quebrados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL). O filho do prefeito de Boca da Mata foi preso na Operação Bola Fora, por posse ilegal de armas. Pagou fiança e foi libertado pela PF. A FAF também foi alvo mandados de buscas e apreensão, porque também é investigada pelo MP Eleitoral, que suspeita de que a entidade foi utilizada no esquema como ponte para o envio da verba de caixa dois. "Há também a possibilidade da CBF ter repassado o dinheiro para a Federação Alagoana de Futebol", disse o delegado federal Bernardo Gonçalves, em coletiva à imprensa.

“Fico muito feliz que os órgãos competentes, como o MPE e a PF, estejam dando prosseguimento ao trabalho iniciado por mim na CPI do Futebol. Os resultados de uma investigação nem sempre são imediatos, tenho certeza que o que conseguimos provar ainda vai dar muita dor de cabeça para aqueles que fazem do futebol um ofício criminoso”, escreveu Romário, no Facebook.

Confira a publicação:

Ao ser abordado pela imprensa, ao chegar à sede da FAF, quando a PF cumpria mandados judiciais, Gustavo Feijó fez um desafio ao senador Romário: “Quem está me acusando é o Romário, desde o início. Isso vai ser investigado, mas estou com a consciência tranquila. Vamos ver quem está mais sujo, eu ou ele”, disse Feijó, ao portal Gazetaweb

Em resposta ao Diário do Poder, a assessoria de imprensa de Renan  encaminhou a seguinte alegação: "O senador, através  de sua assessoria,  esclareceu que a reunião foi convocada de forma irregular, e por isso teve que ser anulada".

Reportar Erro