FRACASSO IGNORADO

Renan Filho ignora sequência de nove meses mais violentos em AL

Alagoas teve 117% mais mortes no Sertão e 35% a mais na capital

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Apesar de uma série de investimentos em centrais integradas de policiamento espalhadas pelo Estado, em armamento e na convocação de mais policiais militares, a gestão da Segurança Pública do Estado de Alagoas desandou, no governo de Renan Filho (PMDB). Estatísticas preliminares dos crimes violentos letais e intencionais (CVLIs) indicam que o mês de março é o nono mês seguido de aumento da violência.

Alagoas teve o mês de março mais violento dos últimos quatro anos e não atingia uma sequência de assassinatos tão intensa, desde o ano de 2013. O aumento acumulado de 15,1% nesses índices, desde julho de 2016, contraria o discurso otimista de Renan Filho, que segue mirando o retrovisor e exaltando a redução histórica dos CVLIs obtida em seu primeiro ano de governo, em 2015.

Segundo os dados obtidos pelo Diário do Poder, o último mês de março teve 195 mortes violentas decorrentes de crimes em todo o Estado, enquanto o mesmo mês de 2016 registrou 171 CVLIs. Um acréscimo de 14%.  

Segundo os dados que já são de conhecimento das autoridades alagoanas, mas que ainda não foram divulgados pela SSP, entre os meses de julho de 2016 a março deste ano, houve 1.550 CVLIs registrados. O que representa 203 mais vidas tombadas pelo crime do que o mesmo período anterior, em que houve 1.347 mortes.

DA CAPITAL AO SERTÃO

A violência explodiu mesmo foi no Sertão de Alagoas, onde se registrou 117% mais vítimas fatais de crimes do que março do ano passado, na área denominada de 4ª Risp (Região Integrada de Segurança Pública). A Região Metropolitana de Maceió, denominada de 1ª RISP, obteve o segundo maior aumento da violência, com mais 37% de mortes. Na 2ª RISP, que engloba o Litoral Norte e a Zona da Mata, os CVLIs diminuíram 19%. E não houve alteração da violência na 3ª RISP, na região de Arapiraca, Agreste, Baixo São Francisco e Litoral Sul.

Entre o último ano do governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), 2014, e o final do primeiro ano da gestão de Renan Filho, em 2015, a violência reduziu 17,6%, sob a gestão do atual procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, na Segurança Pública. E a sequência sangrenta dos últimos nove meses segue ameaçando o que se imaginava ser um legado.

Na última segunda-feira (10), Renan Filho exaltou a redução da violência de 2015 como grande realização de seu governo. Mas ignora a sequência de fracassos da realidade atual, ao ser entrevistado no Programa Conversa de Botequim, conduzido pelo jornalista Plínio Lins, que é assessor parlamentar no escritório político do pai do governador, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em Maceió.

O Diário do Poder enviou os seguintes questionamentos ao governador Renan Filho: “Como se explica a sequência negativa? O senhor admite que sua gestão e a do secretário Lima Júnior não estão acertando, apesar dos investimentos em melhorias estruturais? O que fará para não haver retrocesso?”. Mas o governador leu e não respondeu até a publicação desta matéria, conforme o aplicativo WhatsApp.

O titular da SSP não atendeu à ligação da reportagem.

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