20% DE AUMENTO

Renan Filho dá mais R$ 14 milhões para TCE alvo da PF há seis meses

Governador amplia duodécimo de R$ 92 milhões, para R$ 106 milhões

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Não bastasse ter ampliado em mais R$ 6,3 milhões o duodécimo de 2017 do Tribunal de Contas do Estado (TCE/AL), o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB) resolveu ampliar em mais 15% o repasse constitucional para a Corte de ?ontas, ao autorizar o crédito suplementar de R$ 14 milhões em favor do tribunal responsável por julgar as contas do Estado. O repasse extra foi publicado na edição da terça-feira (26), do Diário Oficial do Estado de Alagoas, e amplia para mais 20% a diferença para o duodécimo de 2016 para o TCE.

O dinheiro extra chega apenas seis meses após a Polícia Federal (PF) ter deflagrado mais uma fase da Operação Rodoleiro e de o Ministério Publico Estadual (MP/AL) denunciar dois ex-presidentes do TCE de Alagoas, acusados de envolvimento em um desfalque de cerca de R$ 100 milhões em recursos públicos.

Corte de Contas de Alagoas é alvo da PF e MP (Foto: Divulgação)O crédito suplementar faz com que o duodécimo do TCE salte dos R$ 92 milhões previstos para este ano, para R$ 106 milhões. Enquanto que em 2016, o valor total do duodécimo havia sido fixado em R$ 85,7 milhões.

O aditamento da denúncia do MP e a nova operação da PF, realizadas em março, não tem relação com a atual Presidência do TC, que tem à frente a conselheira Rosa Albuquerque. Mas a gestora assumiu o cargo, em janeiro deste ano de 2017, tendo como prioridade ampliar o orçamento da Corte de Contas.

As investigações da Operação Rodoleiro, deflagrada pela PF em 2011, resultou nos pedidos do Ministério Público Estadual (MP/AL) pelo afastamento de cargos públicos e de quebras de sigilos dos conselheiros aposentados e ex-presidentes da Corte de Contas, Isnaldo Bulhões Barros, atual prefeito de Santana do Ipanema, e Luiz Eustáquio Tolêdo, falecido em maio.

Em março, um dos argumentos para a deflagração de uma nova fase da Operação Rodoleiro, foi o depoimento de um gerente do banco Bradesco, Sérgio Timóteo Gomes de Barros, que disse ter repassado parte dos R$ 100 milhões roubados do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas para o ex-presidente Otávio Lessa e para outros conselheiros de contas.

Otávio Lessa sugere ter sido "inocentado" pelo Ministério Público, por não ter sido incluído no último aditamento da denúncia. Ele é irmão do deputado federal e ex-governador Ronaldo Lessa (PDT-AL), que ensaia uma aliança com o PMDB de Renan Filho.

A justificativa de Renan Filho para o reajuste de 15% no duodécimo do TCE foi "excesso de arrecadação" no Estado. Excesso este que não serviu para garantir aos servidores do Estado uma reposição salarial maior que os 6,29% concedidos há três meses, parcelados em duas parcelas pelo governador.

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