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Regulamentação dos jogos será analisada por comissão nesta quinta

O polêmico PLS enfrenta resistência no Senado para ser aprovado

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O projeto que regulamenta os jogos de azar no Brasil será analisado nesta quinta-feira (8) pela Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional (CEDN). O relator do PLS 186/2014, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), disse que a proposta prevê garantias para que os jogos sejam explorados dentro da legalidade, trazendo benefícios financeiros para o país. A proposta libera jogos como bingo, cassinos, apostas em corridas de cavalos, jogos eletrônicos e o jogo do bicho. O projeto é de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e enfrenta resistência no Senado. 

O senador Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB, é totalmente contra a ideia. "Acredito que a instalação de cassinos é um instrumento de desenvolvimento regional. Na medida em que você libera para todo o território nacional você desperdiça uma chance de levar para regiões mais remotas do Brasil, onde as indústrias não se instalam, onde o comércio não tem força, e vai concentrar o dinheiro mais uma vez nas faixas litorâneas, nas grandes cidades", explica.

"Você vai atrair mais turismo, arrecadar mais imposto onde já tem turismo e onde já se arrecada imposto. É preciso usar o exemplo dos Estados Unidos, onde Las Vegas é um deserto que se tornou o centro dos jogos no país", completa Lima.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), líder do partido, e o senador Cristovam Buarque (DF), líder do PPS, também são contra e acreditam que a liberação pode abrir margem para a lavagem de dinheiro.

Para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, liberar os jogos de azar sem qualquer preparo institucional de fiscalização é abrir as portas para o crime organizado. "Quando os jogos eram legalizados, ficou demonstrado claramente o alto nível de envolvimento com lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e corrupção. Em relação à crise econômica que o Brasil enfrenta, o argumento de que a liberação dos jogos de azar alavancaria a arrecadação tributária não se justifica, tendo em vista o estímulo a práticas delituosas que o Estado brasileiro está trabalhando para combater."

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