Randolfe resiste a acordo PMDB-PSDB para dar mais prazo a Delcídio
Partidos queriam incluir novas revelações contra Lula e Dilma
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi a única voz solitária, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a bradar contra o acordão do PSDB-PMDB para abrir prazo a fim de permitir ao senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), abrindo mais prazo para ele se defender no processo de cassação.
Os senadorestucanos, liderados por Aloysio Nunes (SP), com apoio dos senadores Simone Tebet (PMDB-MS) e Telmário Mota (PPS-MS), queriam empurrar a questão com a barriga, aceitando mais aditamentos e, com isso, mais prazo.
Os senadores do PSDB e do PMDB alegavam que a medida se destinava a oferecer a Delcídio o mais amplo direito de defesa, mas na verdade eles queriam abrir a possibilidade de incluir no processo revelações inéditas de Delcídio, sob segredo de Justiça, que implicam o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.
No plenário, Randolfe ganhou o decisivo apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros, que ameaçou barrar o impeachment se o julgamento de Delcídio não viesse antes da votação de Dilma.
A sessão do plenário virou uma sessão da CCJ, que aprovou o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) pedindo a cassação de Delcídio, uma providência originalme nte protocolada pelo Rede de Randolfe.
A sorte de Delcídio será decidida nesta terça-feira, um dia antes do destino final de Dilma.
Alagoas e Amapá nunca tocaram tão afinados.