Recado à Dilma

"Nem supremo mandatário da República tem privilégio absoluto", rebate Moro

Juiz diz que havia "justa causa e autorização legal" para grampos

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Poucas horas após a presidente Dilma Rousseff criticar a divulgação dos áudios com conversas entre ela e o ex-presidente Lula nesta quinta-feira, 17, o juiz Sérgio Moro saiu em defesa própria.

Moro afirma não ver problemas no fato de o diálogo entre os dois ter sido interceptado horas após a sua ordem determinando a interrupção da quebra do sigilo telefônico de Lula. E dispara: “Nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicações, aqui colhidas apenas fortuitamente”, ao relembrar o célebre Caso Watergate, que em 1974 derrubou o então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon.

O juiz da Lava Jato deixa claro que caberá ao Supremo Tribunal Federal decidir sobre a questão. “Como havia justa causa e autorização legal para a interceptação, não vislumbro maiores problemas no ocorrido, valendo, portanto, o já consignado na decisão do evento 135″, disse ao considerar não ser o caso de se excluir o diálogo dos inquéritos.

Na conversa, a presidente Dilma afirma que já estaria mandando o documento da posse de ministro a Lula. Nesta quinta, contudo, a presidente rechaçou em seu discurso qualquer insinuação de que o diálogo teria conteúdo “não republicano” e afirmou que o documento encaminhado a Lula não tinha a assinatura dela e, portanto, não configuraria a posse o petista como ministro, o que foi efetivado nesta manhã.

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