Fiscalização falha

Queimadas crescem 27,5% no país em 2015, mostra Inpe

Com aumento, Brasil registra segundo pior ano desde 1999

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As queimadas em todo o país aumentaram 27,5% em 2015, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram detectados por satélites 235 mil pontos de calor, ante 184 mil de 2014. Trata-se do segundo pior ano de toda a série histórica, iniciada em 1999. O resultado perde apenas para o número de queimadas registradas em 2010 (249 mil focos).

Os incêndios florestais em 2015 predominaram no período menos chuvoso, entre agosto e dezembro. Entre os meses menos críticos, estão janeiro, junho e julho. Os meses de fevereiro, março, abril e maio registraram cerca de 2 mil queimadas cada.

O estado com maior ocorrência de queimadas foi o Pará, que teve mais de 44 mil registros em 2015, um crescimento de cerca de 8 mil focos em relação a 2014. O segundo colocado foi Mato Grosso, com 32 mil incêndios florestais, alta de 4 mil focos na comparação com o ano anterior.

Para o pesquisador Alberto Setzer, responsável no Inpe pelo monitoramento de queimadas no país, alguns fatores como o tempo seco, a falta de fiscalização e o aumento do desmatamento ajudam a explicar os dados.

“A população não para de colocar fogo. E, com uma condição climática que favorece a propagação, o resultado é esse. É importante destacar também que a grande maioria dos casos são contravenções, crimes ambientais. Então, há uma falha na fiscalização, principalmente porque há uma detecção por satélite quase em tempo real e as informações estão disponíveis para uso”, diz.

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