Violência contra Mulher

Promotor humilha vítima de estupro no RS: ‘Vou me esforçar pra te ferrar’

Conduta de Theodoro Alexandre da Silva Silveira será apurada

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O promotor de Justiça do Rio Grande do Sul Theodoro Alexandre da Silva Silveira humilhou uma adolescente de 14 anos, vítima de estupro, durante uma audiência. Ele acusou a menina, que foi estuprada pelo pai, de mentir e de ter “facilitado” a agressão.

As ofensas foram disparadas durante a instrução do processo que tramitava contra o pai da adolescente, acusado ainda de engravidá-la. A menina contou aos investigadores que sofria abusos constantes do pai. Ela, então, ganhou autorização para fazer o aborto.

Depois disso, a menina mudou a versão e negou o abuso do pai — ela estaria sofrendo pressões familiares. Por conta dessa mudança na história, o promotor teria agredido verbalmente a jovem.

“Pra abrir as pernas e dá o rabo pra um cara tu tem maturidade, tu é autossuficiente, e pra assumir uma criança tu não tem? Tu é uma pessoa de sorte, porque tu é menor de 18, se tu fosse maior de 18 eu ia pedir a tua preventiva agora, pra tu ir lá na Fase, pra te estuprarem lá e fazer tudo o que fazem com um menor de idade lá!”, disse o promotor.

Em outro momento da audiência, Theodoro Alexandre disparou mais ofensas. “Tu teve coragem de fazer o pior, matou uma criança, agora fica com essa carinha de anjo. Eu vou me esforçar o máximo pra te pôr na cadeia. Além de matar uma criança, tu é mentirosa? Que papelão, hein? Vou me esforçar pra te ferrar, pode ter certeza disso, eu não sou teu amigo”.

A audiência ocorreu em 2014, mas o caso se tornou público apenas no dia 31 de agosto, quando o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul divulgou o acórdão do julgamento. A Justiça do Rio Grande do Sul enviou um ofício ao Conselho Nacional do Ministério Público para que investigue a conduta do promotor de Justiça. Os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado pediram à Corregedoria-Geral da Justiça que examine a responsabilidade da juíza que atuou no caso na 1ª instância.

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