Crescimento

Produção de veículos deve ficar em torno de 3 milhões de unidades em 2018

Expectativa é de números de exportação "tão bons ou melhores" do que os de 2017

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A produção de veículos no Brasil deve continuar em alta e ficar em torno de 3 milhões de unidades no ano que vem, na esteira de um crescimento a ritmo de dois dígitos do mercado interno e de números de exportação "tão bons ou melhores" do que os de 2017, projetou hoje Antonio Megale, presidente da Anfavea, a entidade que representa as montadoras instaladas no País.

O otimismo se sustenta na perspectiva de continuidade da recuperação econômica da Argentina, principal destino dos veículos exportados pela indústria de veículos brasileira, e de um cenário doméstico de melhora da confiança tanto de empresários quanto de consumidores, com atividade puxada pela retomada dos investimentos.

"A recuperação do setor de transporte e de indicadores antecedentes, como venda de embalagens, nos dá certeza de que estamos entrando numa fase mais positiva de nossa economia. Nossas visão para 2018 é que a economia continuará trazendo boas novidades", disse Megale, em mensagem divulgada em vídeo transmitido durante congresso promovido na zona sul da capital paulista pela Autodata, agência de notícias especializada em assuntos da indústria automobilística. O executivo não pôde participar do evento porque está na Indonésia participando de congresso da Oica, entidade que reúne associações nacionais da indústria automotiva de todo o mundo.

O presidente da Anfavea, reforçando o que já havia dito há três semanas, em outro fórum do setor, reafirmou a previsão de crescimento de "dois dígitos" do consumo brasileiro de veículos e foi mais preciso em relação à produção, que, segundo ele, ficará em torno de 3 milhões de veículos no ano que vem – ou 300 mil unidades a mais do que a projeção da entidade para 2017: 2,7 milhões de unidades.

O titular da Anfavea comentou que, com o crescimento da atividade nas fábricas, o emprego nas montadoras vai melhorar gradualmente, com uma mudança, porém, no perfil dos novos contratados, dado o avanço da automação das linhas de produção. Nesse ponto, lembrou que 1,1 mil postos de trabalho foram criados em agosto e que mais operários estão saindo dos esquemas de restrição de jornada de trabalho, como o lay-off (suspensão de contratos de trabalho) e o Programa Seguro Emprego, no qual jornadas de trabalho e salários são reduzidos. Só no mês passado, quase 500 funcionários saíram desses dois regimes.

Segundo Megale, a economia saiu do "pior momento" e a política econômica do governo Temer tem sido acertada, o que, junto com a inflação abaixo da meta e uma taxa de juros que deve cair, nas previsões da Anfavea, para a faixa de 7% a 7,5%, tem permitido uma ordem na economia que traz maior confiança.

Em paralelo, ele observou que o dólar estabilizado na faixa de R$ 3,20 e R$ 3,40 tem permitido à indústria automobilística exportar de "forma razoável", bem como importar peças e equipamentos não disponíveis no Brasil. (AE)

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