Relações estáveis

Primeiro ministro de Portugal estará com Temer na abertura da Paralimpíadas

Primeiro-ministro português virá ao Brasil para a Paralimpíadas

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LISBOA – Prevista para as 11 horas da manhã, a sessão final do julgamento da ex-presidente Dilma ainda não havia começado quando, em Lisboa, devido às quatro horas de diferença entre os dois países, o Primeiro Ministro de Portugal, Antonio Costa, informou que no próximo dia 7 de setembro estará no Rio de Janeiro em companhia do Presidente Michel Temer, na solenidade de abertura das Paralímpicas. O comentário revelou a certeza antecipada de Costa na derrota de Dilma, avaliação partilhada pela maioria dos políticos portugueses e confirmada pouco depois.

Feito pouco antes de almoço com correspondentes estrangeiros em Portugal, a informação foi interpretada por jornalistas brasileiros como convicção no afastamento de Dilma. Mas o Primeiro Ministro Antonio Costa esquivou-se bem humorado: ”pelo menos é o que consta da minha agenda no Brasil.” O encontro quebrou jejum de 4 anos de distanciamento entre o governo portugues e a imprensa internacional. O ex-Presidente Cavaco Silva jamais recebeu  correspondentes  porque , com seu pensamento tosco, acreditava serem todos de esquerda. Da mesma forma, o ex-Primeiro Ministro Passos Coelho manteve deles afastamento durante todo seu mandato.

Embora sem mencionar o nome de Dilma, o Primeiro Ministro  portugues manifestou esperança sobre uma possível recuperação das  relações  existentes  durante o governo Lula. Elogiou o ambiente de até então, na sua opinião mais favorável aos interesses bilaterais, demonstrando acreditar  que, a partir de agora, o mesmo se recomporá . Reforçou sua crença sobre a reaproximação  entre os dois países, citando a próxima realização  da cimeira da CPLP no Brasil, em novembro, quando Timor Leste vai transmitir ao país a Presidência do organismo.

DISPARATE

Otimismo em Portugal é sentimento raro, mas a conversa revelou um animado Primeiro Ministro com o futuro. ”No news , good news “, declarou. Mas  otimismo impossível. Confiante,  apresentou balanço  positivo sobre o primeiro ano  que seu  governo completará em novembro e foi direto com relação à coligação de esquerda que sustenta seu mandato. Explicou que só atuam juntos nas questões convergentes porque nas divergências não insiste. E garantiu que continuarão casados até o final.

No mesmo tom, referiu-se aos problemas enfrentados na Comissão Européia  quando  Portugal esteve ameaçado de sanções  por não ter cumprido a meta de déficit. Mas isso são àguas passadas e Portugal, garantiu, ficará abaixo da próxima meta fixada em 2,5%  pela CE , e até num nível mais confortável, o qual porém não precisou. Segundo ele, não há muitos  países europeus abaixo desse percentual e Portugal está crescendo, depois de ter recuado trinta anos durante a gestão do seu antecessor,Passos Coelho, cutucou.

Sua esperança num futuro  risonho para Portugal baseia-se na aceleração da execução dos fundos europeus, na capitalização das empresas, no retorno da confiança da população na economia, o que, na sua opinião, aumentará a procura externa e na estabilização das exportações. Sem deixar, é claro, de mencionar o incremento do turismo, que hoje já representa 15% do PIB nacional. Sequer tem preocupação o Brexit. Somos os aliados mais antigos do mundo, destacou. Como tudo isso de bom vai acontecer?Ora, só pode ser muita autoconfiança,o que é positivo.

Antonio Costa só elevou o tom da voz quando questionado sobre a eventualidade de Portugal recorrer a um novo resgate, o qual vem sendo mencionado com insistência por parte da imprensa alemã. Disparate completo,disparou, acusando essa parcela da mídia  de pouco informada com relação  à Portugal. Assegurou que as empresas alemãs instaladas no país estão satisfeitas com o ambiente econômico, como a Bosh, que acaba de assinar grande contrato, a Continental, com novo investimento, a Siemens, a Volks , a Auto Europa e  outras.Todas, afirmou, confiantes em Portugal.Tomara que esteja certo.

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