'Sem radicalismos'

Presidente reeleito vê 'harmonia' em meio à guerra na ALMG

Adalclever Lopes diz ter desafio de 'manter diálogo e harmonia'

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Na primeira entrevista após ser reeleito o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na manhã desta quinta-feira (1º), o deputado Adalclever Lopes (PMDB) ignorou o fato de o Poder Legislativo não ter tido maturidade para discutir com transparência e definir o que fazer diante do pedido de autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para processar o governador Fernando Pimentel (PT) na ação penal resultante da Operação Acrônimo. O presidente afirmou à imprensa que o principal desafio do próximo biênio é “manter o diálogo e a harmonia” entre deputados do governo e da oposição.

O presidente reeleito Adalclever Lopes demonstrou orgulho de a ALMG mostrar ao Brasil “que consegue resolver seus problemas”, menos de duas semanas depois de uma reunião tumultuada, com empurra-empurra, denúncia de que o deputado Sargento Rodrigues (PDT) costumaria entrar armado em plenário, feita por Agostinho Patrus Filho (PV), a quem seu opositor acusou de lhe mandar-lhe “tomar não se sabe onde lá embaixo”. Sem falar no deputado Paulo Guedes (PT), que correu até a tribuna atrás de um manifestante que estava nas galerias e foi levado à Polícia Legislativa acusado de agressão e ameaças.

“Continuo contando com a ponderação de todos. Aqui não há radicalismos. A Assembleia de Minas mostra ao Brasil que consegue resolver seus problemas. Apesar das nossas diferenças, buscamos sempre a unidade em favor de Minas”, disse o presidente reeleito da ALMG ao agradecer pelos votos dos “exemplares” parlamentares.

ALMG vive momento de embates (Foto: Clarissa Barcante/ALMG)NEM HARMONIA, NEM SOLUÇÃO

O presidente que discursa exaltando a habilidade do Legislativo que preside na solução dos problemas assistiu inerte à falta de transparência que blindou o chefe do Executivo e foi alvo de 22 requerimentos elementares pedindo acesso de parlamentares aos 103 anexos que acompanharam o processo do STJ e foram negados à oposicionistas que não decidiu, em 27 dos 30 dias dados de prazo para a decisão sobre tornar ou não o governador Pimentel réu da Acrônimo.

Mas o “harmônico” Legislativo mineiro teve de ser alvo de determinação do ministro do STJ Herman Benjamin, para dar cópia integral dos documentos que instruem o processo aos deputados que votariam às cegas sobre a ação, quase um mês depois do início da tramitação da apreciação da matéria, que terminou sendo interrompida por decisão judicial.

Durante a entrevista coletiva, Adalclever Lopes falou sobre o processo contra o governador e lembrou que é o Supremo Tribunal Federal (STF) que definiria, nesta quinta se a ALMG precisa ou não autorizar a abertura da ação penal no STJ. “Temos que aguardar com cautela a decisão do STF, mas foi o próprio ministro Herman Benjamin [do STJ] que suspendeu a votação e estendeu o prazo”, afirmou Adalclever, que previu que a votação ocorra somente em 2017.

Devido ao julgamento da ação penal da qual o STF tornou réu o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), não foi julgada nesta quinta a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5540, na qual o partido Democratas tenta convencer a Justiça de que a ALMG não precisa decidir se Pimentel será o não réu. A ação foi remanejada para a pauta da sessão da próxima quarta-feira (7). 

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