"Vícios do sistema"

Presidente do TSE defende fim do modelo eleitoral proporcional de lista aberta

'Precisamos afastar o candidato do dinheiro', diz Gilmar Mendes

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, defendeu nesta terça-feira, 21, uma mudança no sistema eleitoral brasileiro. Segundo o magistrado, o modelo eleitoral proporcional de lista aberta com coligação “faliu” e já deu “péssimos resultados e vai continuar a dar ainda resultados piores”.

“Vocês vão ver agora, por exemplo, que na campanha presidencial nós tivemos um imenso caixa dois. Isso já foi declarado nessas investigações. É uma montanha de dinheiro que corre. E aí todos os vícios do sistema. Então, nós precisamos mudar o sistema, precisamos encerrar esse ciclo, precisamos afastar o candidato do dinheiro, precisamos tomar algumas providências que são mais ou menos óbvias”, afirmou o magistrado durante o Seminário Internacional sobre Sistemas Eleitorais, evento organizado pelo TSE e a Câmara dos Deputados.

Após o evento, Mendes ressaltou que é preciso parar com os “sofismas”. “Dizer que o sistema eleitoral de lista aberta é um sistema que a gente vota e escolhe o candidato, é uma enganação. Nós votamos num cabeça de chapa e elegemos alguém que não tem voto sequer. Votamos em Tiririca e elegemos Protógenes (Queiroz). Votamos em Tiririca e elegemos Valdemar da Costa Neto”, criticou.

O presidente do TSE ainda afirmou que, se for escolhido o modelo de lista fechada, ela deve ser transparente. "Uma lista mal feita ou com nomes pouco representativo ou mal representados, essa lista será repudiada pela população. Lista mal feita não terá resultado eleitoral positivo", concluiu.

O limite para que as novas regras da reforma eleitoral sejam aprovadas com validade para a eleição de 2018 é 2 de outubro deste ano. Para Mendes, devido à complexidade do sistema, a reforma não se fará de uma vez. Ele pregou que os parlamentares definam primeiro o sistema eleitoral para depois escolher o modelo de financiamento.

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