Presidente da CUT critica Dilma em dia de protestos
Freitas afirmou que Dilma precisa vetar projeto da terceirização
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, fez nesta sexta-feira, 29, críticas à política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, durante manifestação ao lado de metalúrgicos em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Segundo ele, a agenda da economia que está sendo adotada é a do candidato derrotado Aécio Neves (PSDB-MG). "Não podemos esquecer de pedir que a presidente Dilma vete o projeto que libera a terceirização total e que, ao contrário, aprove a mudança na Previdência. As MPs 664 e 665 são ruins, pois retiram direitos de vocês (trabalhadores). Mas junto com elas veio uma mudança boa, que é a aprovação da fórmula 85/95. A Dilma precisa sancionar este ponto", disse.
O ato faz parte do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações contra o PL da terceirização, as Medidas Provisórias 664 e 665 e o ajuste fiscal. Ele é organizado pela CUT e por outras centrais sindicais. A expectativa é de que haja um ato de encerramento dos protestos às 17 horas, na Praça da República, no centro da capital paulista. A ideia da CUT é que os atos antecedam uma possível greve geral, que a central ameaça convocar, caso não consiga reverter as mudanças trabalhistas em andamento.
Os protestos começaram desde a madrugada em diversos pontos do País. Em São Paulo, não houve até o momento registro de paralisações no setor de transportes. Na região central da cidade, a maior parte dos bancos não abriu nesta sexta-feira. Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, a categoria está unida para lutar contra a terceirização. "Os bancos são os mais interessados na terceirização. Ganham muito com ela. Já terceirizaram uma série de serviços e poderão fazer isso com todos os outros se o PL da Terceirização passar pelo Congresso Nacional", afirmou, em nota. Juvandia disse ainda que, no setor financeiro, os terceirizados ganham até 70% menos, trabalham mais e não têm os direitos conquistados pela categoria.
A Avenida Paulista, no centro da capital, chegou a ficar interditada no sentido Paraíso, por volta das 10 horas. O protesto em frente ao prédio da Fiesp foi organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) e reuniu cerca de 200 pessoas. Apesar de já ter sido liberada para o trânsito, por volta das 11 horas, um novo protesto – dessa vez dos professores estaduais – está marcado para essa tarde no vão livre do Masp.
Na Universidade de São Paulo (USP), durante protesto que reuniu alunos e funcionários da instituição hoje cedo, houve registro de confusão com a Polícia Militar. Os manifestantes bloquearam a esquina da Avenida Vital Brasil com a Rua Camargo, perto do portão 1 da USP, e armaram uma barricada de pneus. A PM usou bombas de efeito moral para dispersar o protesto, que foi encerrado.
Metalúrgicos
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, cerca de 14 mil trabalhadores participaram de protestos nesta manhã. A assessoria do sindicato informou que houve paralisação de 24 horas na General Motors, Avibras, TI Automotive, MWL e Blue Tech. Além disso, houve atraso de três horas na entrada do primeiro turno da Embraer.
"Os trabalhadores estão indignados com todos esses ataques aos direitos. Hoje está sendo um importante dia para toda a classe trabalhadora. A presidente Dilma e o Congresso Nacional estão fazendo o papel de defensores dos patrões, e isso nós não vamos aceitar. Nossa luta é em defesa dos direitos dos trabalhadores. O próximo passo é construir uma greve geral", afirmou o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá. (AE)