Operação 13 de Maio

Polícia Federal liga deputado Argôlo a empresa investigada

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A Operação 13 de Maio, deflagrada ontem (13) na Bahia pela Polícia Federal, promete uma nova rodada de denúncias envolvendo políticos e o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato acusado de chefiar esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais de R$ 10 bilhões.

A 13 de Maio investiga a empresa União Brasil Transportes e Serviços, ligada ao deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA), flagrado pela PF trocando mensagens afetuosas com o doleiro. O deputado pediu a Youssef para depositar R$ 50 mil nas contas da empresa, investigada pela PF por suspeita de desvio de recursos públicos.

A empresa é sediada em Alagoinhas, na Bahia, e tem como proprietário dois ex-funcionários do deputado baiano: Edimilson e João Batista Ouais. Os sócios foram assessores de Argolo quando ele era deputado estadual. Atualmente, apenas Edmilson aparece no quadro societário da União Brasil, seu irmão, João Batista deixou a empresa em 2009. Em 2011, João Batista conseguiu um emprego como assessor parlamentar de Argolo na Câmara dos Deputados.

A União Brasil tem 57 veículos registrado em seu nome e recebeu, apenas em setembro do ano passado, R$ 41,6 mil da Câmara por ?vantagens indenizatórias?, o patrimônio da empresa que João Batista foi sócio contrasta com o estilo de vida do ex-empresário e assessor de Argôlo. Os federais descobriram que João Batista mora em uma casa simples no interior da Bahia, é aposentado pelo INSS e complementa sua renda com um pequeno comércio na porta de sua casa onde vende cervejas, refrigerantes, salgadinhos e carvão.

Uma das suspeitas da PF é que Argolo seja o verdadeiro dono da União Brasil. A empresa foi contratada, entre 2011 e 2012, para prestar serviços de locação de veículos para o gabinete de Argolo, a firma recebeu R$ 30 mil pelo contrato. O chefe de gabinete de Argôlo nega que o parlamentar seja dono da empresa. ?Eu lhe afirmo, lhe dou em cartório que não é dele?.

Apesar das suspeitas, o parlamentar não é alvo na operação 13 de Maio. Uma investigação sobre Luiz Argôlo depende de liberação do Supremo Tribunal Federal.

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