Operação Lucas

Polícia Federal investiga esquema de corrupção de fiscais da Agricultura

Servidora do ministério tinha mesada da empresas que fiscalizava

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Cerca de 120 policiais federais estão nas ruas de cinco estados, nesta terça-feira (16), para cumprir 62 mandados, sendo 10 de prisão temporária, 16 de condução coercitiva e 36 de busca e apreensão na Operação Lucas, que desarticula um esquema de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura e empresas do setor agropecuário que fiscalizam. A operação acontece nos estados do Tocantins, Pará, Maranhão, São Paulo e Pernambuco, e não tem relação com a Operação Carne Fraca, de março, contra pagamento de propina a funcionários do ministérios.

De acordo com a assessoria da PF, a investigação teve início a partir da denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura teriam sido favorecidas em processos administrativos, "por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas".

A Justiça Federal também determinou o bloqueio de contas bancárias e a indisponibilidade de bens móveis e imóveis que somam R$ 2,2 milhões.

A operação foi batizada de Lucas em referência à passagem bíblica que diz “não peçais mais do que o que vos está ordenado”. Os suspeito poderão responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de prisão.

Propina mensal

Investigações da Polícia Federal apontam que uma servidora que chefiava a fiscalização do Ministério da Agricultura recebia uma espécie de mesada de empresas fiscalizadas para bancar "despesas familiares". O vínculo da funcionária com o esquema de corrupção foi identificado por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, informou a PF.

Conforme a corporação, apenas na conta pessoal da servidora foi identificada "uma diferença de mais de 200%" do que ela havia declarado em seu imposto de renda. Os policiais federais também detectaram que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 3 milhões entre 2010 a 2016.

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