Polícia confirma falsificação em votação dos royalties
O Ministério Público Federal decide se vai investigar a denúncia de falsificação da assinatura do deputado Jorge Oliveira, o Zoinho (PR-RJ) na votação dos royalties do petróleo, em 6 de março deste ano. O inquérito concluído pela Polícia Legislativa confirma que alguém se passou pelo parlamentar e escreveu o nome dele na lista de votações. Ele estava viajando no momento da votação. A Polícia da Casa encaminhou o inquérito ao Ministério e à Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado, unidade responsável pelo controle de ponto e assinaturas de votações.
À época, o líder do PR na Câmara, deputado Anthony Garotinho (RJ), havia reclamado a fraude. Ele chegou a entrar com representação no Supremo Tribunal Federal sobre o caso. No dia da votação, o deputado Zoinho estava no plenário, no entanto, ele saiu mais cedo para viajar e não participou da escolha, feita com cédulas de papel depositadas em urnas distribuídas pelo plenário da Câmara. A denúncia, à época, era de que algum assessor tinha assinado por Zoinho.
“Sempre tive a convicção de que aquela votação havia sido fraudada. Até deputados de estados não produtores estavam reclamando da desorganização do plenário no dia da votação. Quando peguei a lista de votantes vi que havia sido registrada a presença do deputado Zoinho. Só que o deputado viajou antes da votação e me comunicou que não votaria. Ou seja, não era possível que Zoinho tivesse votado antes de iniciado o processo. Quando fiz a representação ao presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), anexei a assinatura do Zoinho original e a que foi fraudada no lugar dele”, disse Garotinho.
O líder do PR ainda insinua que a Polícia poderia conferir todas as assinaturas para que fosse identificado o culpado. “Não tinha dúvida de que era falsa. Se a polícia realmente deseja levar o caso adiante é muito simples: comece examinando a assinatura dos 513 deputados e 81 senadores que vai aparecer o autor da fraude”, disse Garotinho, em defesa de seu estado, o Rio.
A assessoria da Câmara informou que o inquérito não aponta culpados, porque não há como identificar quem assinou o documento. O Ministério Público ainda não confirmou se vai aceitar a denúncia.