PF diz que vereador trocou consultas por votos, em Maceió

A Superintendência Regional da Polícia Federal em Alagoas deflagrou a Operação Pense Maceió, nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (1º), tendo como alvo principal o vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Maceió, Antônio Hollanda (PMDB), suspeito de comprar votos em troca de atendimentos à saúde de eleitores, nas eleições de 2016.

A ação policial conduziu o vereador coercitivamente até a sede da PF, em Jaraguá, para prestar esclarecimentos. Os cerca de 30 policiais federais mobilizados também cumpriram seis mandados de busca e apreensão expedidos pela 3ª Zona Eleitoral do Estado de Alagoas, que tiveram entre os endereços o gabinete do vereador, na Câmara, e a sede da organização não-governamental (ONG), localizada no Vergel, um dos bolsões de pobreza da capital alagoana.

“A ação tem objetivo de instruir inquérito policial instaurado com a finalidade de apurar a suposta prática do crime previsto no artigo 299 do Código Eleitoral Brasileiro, ‘Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita’, tendo em vista os indícios de oferecimento de serviços médicos e odontológicos gratuitos em troca de votos supostamente praticada por vereador de Maceió/AL e por pessoas a ele relacionadas, durante a campanha eleitoral do ano de 2016”, diz um dos trechos da nota em que a PF divulgou a operação.

Segundo a PF, as diligências realizadas até o momento demonstram que o parlamentar teria se utilizado das instalações de uma suposta entidade sem fins lucrativos, a qual tem como presidente pessoa vinculada ao gabinete do mesmo vereador há mais de dez anos. Ainda segundo as investigações, atendimentos médicos foram realizados constantemente no local à época da última campanha eleitoral de 2016, ocasião em que o então candidato comparecia diariamente à sede da ONG para realizar campanha.

O vereador atua com a ONG Pense Alagoas e criou pelo menos mais duas novas sedes do instituto Antônio Hollanda, entre junho e julho de 2016, nos conjuntos Rosane Collor e Frei Damião, na parte alta da capital alagoana.

Também restou constatado pela PF que o consultório existente na sede da ONG, localizada no bairro do Vergel, foi fechado pouco mais de um mês após as eleições, mais um indicativo de sua utilização para fins eleitorais. (Com informações da Ascom PF/AL)