PF conduz Mantega para depor sob vara, na nova fase da Zelotes
Ex-ministro de Lula e Dilma levado coercitivamente para depor
A Polícia Federal cumpre 30 mandados judiciais de busca e apreensão e de condução coercitiva em Brasília, São Paulo e Pernamnuco, nesta segunda-feira (9), no âmbito de Operação Zelotes. A investigação foi deflagrada em março de 2015 para apurar o pagamento de propina a conselheiros do Carf, para que multas aplicadas a empresas – entre bancos, montadoras e empreiteiras – fossem reduzidas ou anuladas.
O alvo, nesta fase, é o Grupo Comercial de Cimento Penha, cujo proprietário, Victor Garcia Sandri, já está condenado a dois anos de prestação de serviços sob a acusação de comprar decisões do Carf. Sandri é amigo do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, com quem fez negócios. A PF encontrou elementos que ligam Mantega aos negócios de Sandri e a conselheiros do Carf.
Em outubro de 2015, investigadores Zelotes também descobriram indícios de venda de medidas provisórias que prorrogavam incentivos fiscais a empresas do setor automotivo. Uma das empresas que atuava no Carf teria recebido R$ 57 milhões de uma montadora entre 2009 e 2015 para aprovar emenda à Medida Provisória 471 de 2009, que rendeu a essa montadora benefícios fiscais de R$ 879,5 milhões. Junto ao Carf, a montadora deixou de pagar R$ 266 milhões.
Em 4 de dezembro, 16 pessoas suspeitas de participar do esquema se tornaram réus depois que a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no DF. Mesmo com a operação em curso, as investigações encontraram indícios de que os crimes continuaram a ser cometidos.