PRIORIDADE ELEITORAL

Pautado por rival, Renan Filho anuncia festa junina e adia reajuste

Governador não garante reajuste, mas faz festa para atingir Rui

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O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB) está se pautando pela decisões administrativas do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), seu principal adversário político em 2018. Prova disso é o recuo em menos de um mês, do anúncio de que o governador daria reajuste salarial ao servidor público estadual, após o prefeito descartar a reposição para os servidores da capital alagoana.

O recuo acontece após o prefeito tucano reeleito em 2016 encarar o desgaste de anunciar que não concederá a reposição das perdas salariais decorrentes da inflação e ainda decidir cancelar os festejos juninos, para não desequilibrar as finanças. Na contramão, Renan Filho reuniu forrozeiros no Palácio República dos Palmares e anunciou, na última sexta-feira (9), que o Estado bancará a Festa Junina na capital alagoana. Garantiu o investimento, sem revelar o valor nem como serão feitos os repasses.

Rui alega crise financeira para não reajustar salários (Foto: Marco Antônio)Após derrotar o candidato dos Calheiros e deputado federal Cícero Almeida (PMDB-AL), com uma diferença de 20 pontos percentuais, o prefeito Rui Palmeira é pressionado por aliados a disputar o mandato de governador, em 2018, contra Renan Filho. Mas também pode desafiar a reeleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Através do blog do jornalista Edivaldo Júnior, que é assessor parlamentar do senador Renan, o governador disse, em 16 de maio, que estava garantido o reajuste, que seria “um grande esforço e demonstração de valorização do funcionalismo”, em meio à crise na economia nacional. O reajuste seria parcelado.

Depois de garantir apoio financeiro para representantes de 32 trios pé de serra e 16 bandas de forró se apresentarem em Maceió, o reajuste do servidor ficou para o final de junho. E, segundo o assessor de Renan, o governador inclui entre “novos acontecimentos” que motivaram o recuo na definição do reajuste, a crise em Brasília e estragos causados pelas chuvas.

Outra curiosidade nesta história toda é o fato de o governo de Renan Filho também ter desistido de devolver integralmente os R$ 13 milhões enviados pela União para socorrer vítimas das chuvas do fim de maio. O anúncio da devolução foi feito na semana passada, como reação à revelação do Ministério Público Estadual de que os números oficiais de desabrigados divulgados pelos municípios e pela Defesa Civil Estadual estavam quase 30 vezes maiores que a real quantidade de vítimas. Agora, será devolvido só o valor que não for usado.

Em bem pouco tempo, no governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB), as zabumbas dos sindicatos e da CUT já estariam tocando, em frente ao palácio do governo, não em tom de festa junina, mas de protestos.

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