Impávido colosso

Pato da Fiesp sobrevive à intolerância e volta à Esplanada

Pato agredido, esfaqueado e expulso está de volta às ruas

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O pato gigante e chamativo da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) está passando por dias difíceis em Brasília desde que chegou da capital paulista. Já foi esfaqueado duas vezes, agredido na semana passada por um padre petista e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) determinou sua saída da Esplanada dos Ministérios no fim de março. Mas todas as adversidades não abateram o pato, que voltou à Esplanada nesta sexta-feira (8/4), chamando atenção de quem passa pela área.

O boneco de 22 metros de altura, símbolo da campanha contra a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, foi flagrado pela fotógrafa Clarice Rosa e Silva. Diferente do local anterior, bem em frente ao Congresso Nacional, dessa vez o pato foi colocado em frente ao Teatro Nacional, na via N1, na entrada da L2 Norte.

Em 30 de março, o Iphan determinou que a Fiesp retirasse o pato que estava em frente ao Congresso, próximo à Alameda dos Estados. De acordo com o instituto, o pato, que já percorreu diversas cidades brasileiras, "estaria obstruindo a visibilidade do bem tombado – Esplanada dos Ministérios e do Congresso Nacional, além de comprometer a integridade arquitetônica e urbanística da cidade". A Fiesp recorreu e ganhou.

Segundo o Iphan, a federação encaminhou pedido de nova autorização para instalação do objeto inflável após a retirada do canteiro central. A autorização foi concedida com a orientação aos organizadores de que eles também precisariam providenciar as demais autorizações necessárias junto aos órgãos competentes do Distrito Federal.

"O instituto não faz juízo de valor ou censura a manifestação, apenas as condições de preservação do espaço", disse, em nota. A autorização foi concedida por 30 dias, mas a Fiesp informou que a previsão é de que o pato fique até o dia 18 de abril no local.

Ataques

Dois colaboradores da Fiesp registraram ocorrência na 5ª Delegacia (região central) contra o ex-deputado Frei Sergio (PT/RS) por agressão na manhã na quarta-feira (6/4). Segundo a Polícia Militar, o padre agrediu um homem que manifestava a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff que estava vestido de pato, em referência à campanha da Fiesp "Não vou pagar o pato". A confusão, testemunhada por policiais militares, teria começado quando o frei arrancou panfletos dos manifestantes.

O ataque, segundo a Fiesp, foi em frente do Congresso Nacional, perto do Ministério da Saúde. A PM disse que o frei faz parte do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). O deputado Bohn Gass (PT/RS) também foi à delegacia.De acordo com a Polícia Civil, o ex-deputado arrancou a placa que estava pendurada no pescoço do manifestante que continha a frase "Chega de pagar o ptato". No depoimento, o padre petista negou que tenha proferido algum tipo de xingamento ou agredido algumas das pessoas envolvidas, foi lavrado termo circunstanciado e todos foram liberados. A comunicação da Polícia Civil informou que "como se trata de crime de menor potencial ofensivo, as partes assinam termo de comparecimento à Justiça e são liberadas".

Na terça-feira (5/4), a Fiesp informou que um pato de 5 metros, que estava na 311 Sul, foi furado a facadas por dois rapazes, que após a agressão saíram correndo para o apartamento de um deputado do PT, na mesma quadra. A Fiesp registrou o fato em boletim de ocorrência e a Polícia Civil investiga o caso.

Antes disso, na tarde do dia 2, um sábado, por volta das 15h, outro pato de 5 metros de altura que estava na 202 Norte foi rasgado a facadas por um grupo de três pessoas que se aproximaram do inflável e começaram a tirar fotos. Minutos depois, eles usaram uma faca para rasgar o pato. A Polícia Civil também investiga esse ataque.

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