Auditoria

Pão de Açúcar não sabe por que pagou R$ 8 milhões a ex-ministro de Lula

Palocci pode ter recebido parte do dinheiro pago a Thomaz Bastos

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Um comitê de auditoria do Grupo Pão de Açúcar não encontrou evidências de prestação de serviços relacionados a pagamentos de R$ 8 milhões, entre dezembro de 2009 e maio de 2011, ao escritório de advocacia de Márcio Thomaz Batos, ex-ministro da Justiça do governo Lula, já falecido. A própriaempresa divulgou nota informando isso. 

Segundo comunicado ao mercado, a empresa controlada pelo grupo francês Casino afirmou que os pagamentos ao escritório do ex-ministro da Justiça somaram 8,5 milhões de reais, dos quais apenas R$ 500 mil corresponderam a serviços cuja execução foi "possível confirmar, na área de atuação daquele escritório de advocacia".

"Não foram encontradas evidências da prestação dos serviços correspondentes aos demais pagamentos, nem contratos de prestação de serviços que os amparassem", afirmou o GPA no comunicado.

A auditoria, contudo, concluiu que "a cadeia de aprovações e procedimentos relacionada a esses pagamentos seguiu os procedimentos da companhia vigentes à época dos fatos". No período, a empresa tinha o comando dividido entre o empresário Abilio Diniz e o grupo Casino.

Em abril, a revista Época revelou que o escritório de Thomaz Bastos pagou R$ 3,5 milhões à empresa de consultoria do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, a Projeto Consultoria Financeira e Econômica. Segundo a reportagem, os advogados de Palocci e do escritório de Thomaz Bastos disseram que os pagamentos foram feitos pelo Grupo Pão de Açúcar.

O GPA disse ainda na nota que assinou um contrato com a Projeto Consultoria para prestação de serviços relacionados à aquisição de uma "empresa do segmento de varejo alimentício, sem que tenham sido identificados pagamentos à firma contratada, nem serviços prestados, resultantes desse ou de qualquer outro contrato". Palocci deixou a Casa Civil em 2011, no começo do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, em meio a denúncias de que teria multiplicado seu patrimônio em várias vezes. Na ocasião, justificou a elevação patrimonial alegando que ela resultou dos rendimentos de sua consultoria.

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