Farra na CLDF

Os gastos na CLDF não se restringem aos deputados

Servidores comissionados ganham acima do teto de R$ 25,3 mil

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Cada deputado recebe como remuneração mensal R$ 25.322,25, mesmo valor que ganha como verba indenizatória, mais R$ 1.184,92 de auxílio-alimentação e R$ 753,71 de auxílio pré-escolar. Desse valor disponível, os distritais já torraram R$ 1,5 milhão do contribuinte. No entanto, os gastos são se restringem apenas aos parlamentares. Levantamento do Diário do Poder para esta série de reportagens mostra que muitos servidores da Câmara Legislativa do DF recebem acima do teto e mais do que os próprios deputados.

É o caso de Sandro Rizzo Alves de Almeida, comissionado que recebeu R$ 29.388,28 em janeiro, sendo R$ 16.596,76 de remuneração básica, R$ 13.590,25 de "vantagens eventuais" e R$ 8.298,38 de "outros créditos" que a CLDF não explica quais. Geovane de Freitas Oliveira, chefe de gabinete, recebeu em janeiro R$ 29.136,79, sendo R$ 16.573,60 das ditas "vantagens" e R$ 8.298,38 de "outros créditos" não revelados.

Outro chefe de gabinete, Ivai Abimael Martins recebeu R$ 32.105,52 em janeiro. João Candido de Carvalho de Paiva, secretário comissionado, ganhou R$ 28.676,13, sendo R$ 6.361,29 de "outros créditos" que a CLDF não explica quais. Em janeiro a conta do comissionado Harrison Nepomuceno Costa foi recheada com R$ 26.296,84. Marilia Pessoa de Oliveira foi agraciada com R$ 28.561,92. Karimenny Rego Araujo não ficou esquecida e ganhou R$ 29.297,79. Todos acima do teto.

As remunerações dos concursados também chamam atenção. Antonio Waldeci Alves, consultor legislativo, recebeu R$ 50.983,92, sendo metade de "vantagens". Jose Benicio Medeiros de Souza, assistente legislativo, ganhou neste mês R$ 48.021,05, sendo R$ 37 mil de vantagens. Joao Batista Carneiro Neto, assistente, também ficou acima do teto com R$ 31.145,50.

Diogenes Luiz da Silva Filho, técnico legislativo, foi remunerado com R$ 58.299,37 e Leanara de Araujo Pinto Belmont com R$ 59.688,60. O salário dos dois não passa de R$ 24 mil, mas seus contra-cheques foram recheados com as tais vantagens e outros créditos.

Em maio os números se repetem. O comissionado Edmundo Cardoso Viana foi agraciado com R$ 26.838,88. Leslie Regina Della Giustina foi honrada com R$ 34.850,02.

Bruno Sodré de Moraes, assessor da Comunicação da CLDF, recebeu neste determinado mês R$ 31.815,79, sendo R$ 11,9 mil de "outros créditos" não explicados.

Gastos não param
A relação de restos a pagar processados e não processados referentes ao exercício de 2015 mostra gasto de R$ 1.129.691,19 com correspondências da CLDF, R$ 430 mil com energia, R$ 249 mil com uma empresa de tecnologia, R$ 217.507,10 com outra empresa do mesmo ramo e R$ 293.395,03 para outra empresa de tecnologia. 

Publicidade têm os maiores gastos: R$ 8.060.097,89 para uma empresa de publicidade e R$ 2.170.757,71 para outra. R$ 285.074,61 foram para uma empresa de segurança.

Falta transparência
Os últimos contratos divulgados pela CLDF, onde é possível ver a relação das empresas contratadas por meio de licitação, dispensa de licitação e pregão, são de 2014, da gestão anterior, e estão quase ilegíveis. As despesas com publicidade da Casa mais recentes são do ano passado. De 2016 a Casa não publicou.

Procurada pelo Diário do Poder, por e-mail e telefone, a CLDF não respondeu aos questionamentos.

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