Catalunha

Organizadores de referendo tinham intenção de aumentar número de votantes

Funcionários da Generalidade conversaram sobre resultado ideal dias antes do plebiscito

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Os organizadores do referendo sobre a independência da Catalunha teriam aumentado o número de votantes para que os resultados fossem bem recebidos pela comunidade internacional. Segundo informações do jornal espanhol El País, conversas telefônicas de um funcionário de alto escalão da Generalidade da Catalunha – sistema institucional em que se organiza politicamente a comunidade autônoma – comprovaria a denúncia.

Francesc Sutrias, preso pela Guarda Civil junto com outros dez funcionários de seu departamento, recebeu uma ligação de um ex-conselheiro de Cultura Joan Manel Tresserras. Depois de ser liberado do quartel do instituto armado, Tresserras fala no telefone que é preciso “ajustar” os resultados do plebiscito.

“Se pudermos dizer que participaram três milhões [votando pela independência] seria ‘invencível’. Mas se forem dois milhões é preciso sofisticar mais e dizer que eram para ter sido três que foram impedidos, boicotados. O domingo à noite tem que se ‘ajustar’ bastante.”

A juíza Carmen Lamela investiga supostos delitos de sedição – ou seja, crimes contra a segurança de um país – no dia do referendo de independência. Os resultados obtidos na votação apontam dados parecidos com os discutidos por Sutrias e Tresserras: 2,3 milhões de pessoas votaram no plebiscito. A Generalidade alegou ainda que 400 colégios eleitorais não puderam abrir, afetando cerca de 770 mil votantes – somando os três milhões conversados na ligação.

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