Sobretaxa do aço

OMC pede que governos conversem para evitar barreiras comerciais

Para Roberto Azevêdo, 'olho por olho deixará todos nós cegos'

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A Organização Mundial do Comércio (OMC) pede que governos reflitam, conversem e evitem a adoção de barreiras comerciais. A declaração foi feita depois da decisão do governo de Donald Trump de ir adiante com as barreiras ao aço e alumínio, anunciadas nesta quinta-feira, 8, pela Casa Branca.

A OMC insiste na necessidade de diálogo, preconizada pelo diretor-geral da OMC, Roberto Azevedo, entre os governos com o objetivo de se evitar uma guerra comercial. "Está claro que vemos um risco muito maior e claro de iniciar uma escala de barreiras comerciais pelo mundo", disse Azevedo. "Não podemos ignorar esse risco e pedimos a todos que considerem e reflitam sobre essa situação de forma cuidadosa", completou.

Azevedo estará em Brasília para uma reunião com o presidente Michel Temer nesta segunda-feira (12) e segue para São Paulo. Ele vem insistindo no impacto que a medida americana e as respostas dos parceiros comerciais poderiam ter.

"Uma vez que entremos nesse caminho, será muito difícil reverter a direção", disse Azevedo. "Olho por olho deixará todos nós cegos e o mundo em uma profunda recessão", afirmou o brasileiro. 

"Temos de fazer todos os esforços para evitar ver o primeiro dominó cair. Ainda há tempo", disse o diplomata. Na OMC, jamais um governo deixou a entidade, mas o processo para uma retirada de um país poderia durar pelo menos seis meses.

Daniel Pruzin, assessor de imprensa da OMC, confirmou que o tom é o de um apelo ao diálogo. "Ainda há tempo para conversar", disse. "A medida só entra em vigor em 15 dias", apontou. Segundo ele, o diálogo pode ocorrer nos comitês da OMC e, mesmo depois que uma queixa formal seja lançada, as conversas podem continuar.

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