Nova bomba

Odebrecht usou banco de Andorra para pagar R$650 milhões em propina

Propinoduto da Odebrecht saía do principado de Andorra

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O pequeno principado europeu de Andorra foi incluído na lama da Lava Jato com a revelação da Odebrecht de ter usado o "Banca Privada d'Andorra (BPA)" para pagar cerca de US$ 200 milhões (R$ 660 milhões) a políticos, servidores, empresários e "laranjas" de oito países da América Latina: Brasil, Equador, Peru, Chile Uruguai, Argentina, Panamá e Colômbia.

De acordo com reportagem do jornal El País, que diz ter tido acesso a documentos da investigação, a revelação veio à tona após intervenção do governo de Andorra no BPA, em 2015, em meio a investigação sobre lavagem de dinheiro. Depois de denunciado pelo Departamento do Tesouro dos EUA por acobertar dinheiro de criminosos, o BPA cedeu à pressão internacional e suspendeu o sigilo dos donos de 145 contas.

A Odebrecht transferiu a propina mascarada como pagamentos por serviços e obras, não realizados. A investigação apura os responsáveis pela abertura das contas, apesar das restrições a Pessoas Politicamente Expostas (PEP) e avisos do departamento de compliance do banco. O El País afirma haver centenas de documentos, como passaportes, cartas de apresentação, questionários confidenciais de clientes e relatórios sobre a avaliação de risco, além de atas de empresas offshore utilizadas pela Odebrecht para operar o esquema.

A reportagem trata as novas revelações como "uma bomba política que revelou pagamento de propina em 12 países da América Latina e cujos estilhaços já impactaram os presidentes Michel Temer, Juan Manuel Santos (Colômbia) e Danilo Medina (República Dominicana). E também os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Ollanta Humala (Peru), que está preso pelo escândalo". Não há documentos, pelo menos entre os que o jornal teve acesso, envolvendo políticos brasileiros.

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