Odebrecht diz que 'não participa de esquemas ilícitos'
Empresa negou pagamento de vantagens a executivos de estatais
A Odebrecht, maior empreiteira do País, afirmou à Polícia Federal que "não participa de esquemas ilícitos, menos ainda com a finalidade de pagar vantagens indevidas a servidores públicos ou executivos de empresas estatais". Em petição subscrita por seus advogados, entregue nesta quinta feira, 28, à PF em Curitiba, base da Operação Lava Jato, a empresa rechaçou com veemência suspeitas sobre contratos com a Petrobras.
"Especificamente em relação às concorrências da Petrobras, é importante ressaltar que os preços de bens e serviços considerados nas estimativas de custos são calculados por área técnica própria da estatal (área de estimativa de custos), que possui reconhecida seriedade e competência e as mantém em sigilo, em especial em relação ao mercado", assinalam os criminalistas Dora Cavalcanti Cordani, Augusto de Arruda Botelho e Rafael Tucherman.
A petição da Odebrecht responde a questionamentos feitos pelo delegado federal Eduardo Mauat, que integra a força-tarefa da Lava Jato. No dia 11 de maio, o delegado enviou ofício à empreiteira com um rol de indagações relativas ao suposto envolvimento de seus executivos no esquema de propinas que se instalou na Petrobras entre 2003 e 2014.
A iniciativa da PF atendeu a uma solicitação da própria Odebrecht que se colocou à disposição para esclarecimentos. Segundo os advogados, "os êxitos obtidos pelas empresas que integram a Organização Odebrecht em concorrências públicas são consequência exclusiva de seu porte, experiência e qualificação, especialmente para a realização de obras de grande complexidade, que fazem dela a líder na área de engenharia e construção da América Latina".
Eles anotam, ainda, que a Odebrecht "não possui o registro das linhas telefônicas de onde se originam as ligações para o canal Linha de Ética, tendo em vista que a preservação do sigilo da identidade de seus usuários é pressuposto irrenunciável do serviço".