Policiais assassinados

Obama condena massacre em Dallas e promete 'justiça'

Cinco policiais foram mortos em ataque coordenado durante protesto

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou nesta sexta-feira, 8, a "tremenda tragédia" em Dallas, no Texas, onde na quinta-feira cinco policiais morreram e outros sete foram atingidos por disparos de franco-atiradores instalados em telhados em um ataque coordenado durante uma manifestação contra a violência policial nos Estados Unidos, e prometeu que "a justiça será feita". Outras duas pessoas que participavam dos protestos também ficaram feridas, disseram autoridades locais.

A polícia descreveu a emboscada como cuidadosamente planejada e executada, e levou três pessoas à prisão antes de um quarto suspeito ser morto, no que a mídia local relatou ter sido um tiro auto-inflingido após um impasse que se estendeu até a manhã desta sexta-feira. Ele trocou tiros com a polícia durante o impasse em uma garagem e alertou sobre bombas espalhadas pela cidade.

"Ainda não conhecemos todos os detalhes. O que sabemos é que este foi um ataque terrível, calculado e desprezível contra agentes de segurança", disse Obama em uma declaração à imprensa, depois de se reunir em Varsóvia, na Polônia, com os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

"Eu acho que falo em nome de todos os americanos quando digo que estamos horrorizados com estes fatos, e estamos unidos com o povo e o Departamento de Polícia de Dallas", acrescentou.

O presidente americano lembrou que há "vários suspeitos" do massacre e que espera em breve saber mais "sobre suas motivações". "Que fique claro que não há justificativa possível para este tipo de ataque ou qualquer violência contra os agentes de segurança. Qualquer um envolvido nestes assassinatos será responsabilizado. A justiça será feita", garante Obama.

O líder americano destacou também que "quando as pessoas estão armadas com armas poderosas, infelizmente, esses ataques se tornam mais mortais e mais trágicos". "Nos próximos dias, também teremos que considerar essa realidade", acrescentou. Ao longo de seu mandato, Obama pressionou para um maior controle de armas, especialmente os fuzis de assalto aos quais os americanos têm acesso.

O presidente telefonou para o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, e ofereceu "toda assistência que precisar" do governo federal diante desta "tremenda tragédia".

Obama lamentou os incidentes desta semana, nos quais morreram dois jovens afro-americanos pelas mãos de policiais em Minnesota e Louisiana, e destacou o trabalho dos agentes afirmando que a grande maioria faz "um trabalho extraordinário". "Hoje é uma lembrança dolorosa dos sacrifícios que eles (policiais) fazem por nós", disse.

Caos. “Havia negros, brancos, latinos, de tudo. Era o protesto de uma comunidade mista. E (os tiros) vieram do nada. Ficamos com a impressão de que atiravam na nossa direção. Foi o caos total, uma coisa de loucos", disse uma testemunha.

Ao final do protesto em Dallas, dois homens "começaram a atirar contra os policiais a partir de uma posição elevada", afirmou o chefe de polícia, David Brown. Horas mais tarde, já durante a madrugada, a polícia continuava trocando tiros e tentando negociar com um franco-atirador isolado, entrincheirado em uma garagem.

"Ele disse aos nossos negociadores que o fim se aproxima, que iria ferir e matar mais policias. E afirmou que há bombas por todos os lados na garagem e no centro de Dallas", completou Brown.

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