OAS teria depositado R$ 19 milhões em firmas de Youssef
Segundo doleiro, os valores depositados eram destinados ao pagamento de suborno para políticos e funcionários públicos
O megadoleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga desvio feito pelo doleiro de R$ 10 milhões da Petrobras e ramificações, teria recebido R$ 19 milhões através de firmas de fachada de sua propriedade, pagos por empresas do grupo OAS.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a partir de relatório da Polícia Federal, os pagamentos ocorreram em um período de três anos e meio, entre junho de 2010 e dezembro de 2013. A OAS é a empreiteira investigada na Operação Lava Jato que tem mais executivos presos pela Polícia Federal: são quatro entre os 11 que estão na custódia da Polícia Federal em Curitiba, entre os quais o presidente da companhia, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro.
De acordo com depoimentos do próprio doleiro, como suas empresas não tinham existência real, os valores nelas depositados visavam o pagamento de suborno para políticos e funcionários públicos.
Os executivos da OAS foram presos sob acusação de pagar suborno para obter contratos na Petrobras. A construtora OAS e os consórcios dos quais ela faz parte têm contratos com a estatal de R$ 10,1 bilhões e US$ 48,1 milhões (R$ 125 milhões), segundo o relatório da polícia. Os repasses eram feitos por meio de contratos simulados de prestação de serviços.
Segundo a PF, a OAS usou várias empresas do grupo para fazer os repasses ao doleiros, entre elas a construtora, a Coesa Engenharia, o consórcio Sehab, que atuou na urbanização de favelas da gestão do prefeito Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo.
Um dos pagamentos, de US$ 4,8 milhões em 2012, foi feito na Suíça numa conta controlada pelo doleiro. O montante pago no Brasil, de R$ 9,15 milhões, supera em R$ 2,45 milhões o valor que a PF havia calculado. A razão da diferença é que o relatório atual foi feito com base em notas fiscais e contratos apreendidos na OAS.