Sabatina no Senado

‘Não há desmonte da Lava Jato’, afirma Alexandre de Moraes

Advogado ainda classificou como criminosos os vazamentos de delações

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O ministro licenciado da Justiça Alexandre de Moraes afirmou nesta terça-feira, 21, durante sabatina que é realizada neste momento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que ‘não há nenhum desmonte na Lava Jato’. Ele é o indicado do presidente Michel Temer para cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com frequência surgem boatos de que a Lava Jato está esmorecendo. Moraes rebateu e foi enfático ao dizer que durante sua gestão como ministro da Justiça, ‘reforçou a Lava Jato, com mais delegados, mais agentes, mais peritos, mais orçamento’. O advogado ainda citou a delegada Érika Marena, carismática entre seus pares, que inaugurou a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

“Alguns delegados pediram para sair da Lava Jato. É a carreira deles. Alguns delegados que entraram depois (na carreira) vão passando na frente. Todos, inclusive a delegada Érika, pediram, ou por promoção ou porque pediram remoção. A delegada Érika pediu para (ser transferida) Santa Catarina.”

“Estancar a sangria”

Durante a sabatina, a senadora Regina Sousa (PT-PI) perguntou a Moraes se ele não sente que pode ser acusado de ir para o Supremo para "estancar a sangria". E afirmou que a Corte "está devendo uma explicação" sobre as declarações do senador Romero Jucá. O líder do governo no Senado foi flagrado em conversa gravada com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que os dois confabulam sobre um “pacto” para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato.

Em resposta a senadora, Alexandre de Moraes disse que não tem "absolutamente nenhuma relação" com a gravação do "estancar a sangria". Ele afirma que nem era ministro à época.

Vazamentos

Para Moraes, são "criminosos" os vazamentos de delações premiadas. Ele defendeu ainda que esse tipo de prática precisa ser investigada porque pode "macular a honra de alguém" a imagem das pessoas.

"Vazamento de informações é um vazamento criminoso. Sejam seletivos ou não-seletivos, a legislação não permite. [A lei] Expressamente estabelece que as colaborações premiadas só serão divulgadas após o recebimento da denúncia", disse Alexandre de Moraes aos senadores. "Depois [dos vazamentos], nós sabemos que jamais há o retorno à situação anterior", acrescentou.

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