Na contramão do desembarque, Arthur Virgílio tece críticas ao PSDB
Para ele, PT e PSDB não fazem mais parte de espectros distintos
Inconformado por não ter sido convidado à reunião que a cúpula tucana realiza na noite desta segunda-feira (10), em SP, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, enviou, carta para membros da sigla, em que diz o seguinte: “Minha definição pessoal é clara: desembarcar do governo, a pretexto de continuar apoiando as reformas, na verdade abrindo espaço real para o impedimento do presidente, não soa como ato de coragem”.
Na avaliação do ex-senador, a disputa histórica entre PSDB e PT é coisa do passado. "Temo que nem um e nem outro tenham percebido isso", afirma. "O PSDB foi a estrela da derrubada da presidente Dilma Rousseff e o PT, em lamentável amnésia cívica, supõe purificar-se investindo contra o governo Michel Temer, que tem a missão essencial de recompor a economia e entregar um país reorganizado a quem se eleger no pleito de 2018", defendeu o manauara.
Ao tecer críticas aos meios de comunicação, ele sustenta que a queda do presidente Fernando Collor de Melo, em 1992, foi emblemática da irresponsabilidade demonstrada pela classe política tupiniquim quando interrompe mandatos presidenciais: "Collor foi absolvido, por unanimidade, pelo STF. A presidente Rousseff foi apeada do poder, em 2016, menos pelas 'pedaladas', tão fortemente usadas como argumento definitivo e saneador", relembra. "Pretendem agora interromper o mandato de Temer, sem provas concretas de crime, numa campanha obsessiva de certos setores da imprensa livre e, muitas vezes, positivamente instigante que, modestamente ajudei a erigir, nas pelejas de 21 anos contra o regime de exceção constituído, pela força, em 1964."
Otimista, ele acredita que o caminho traçado pelo governo peemedebista aponta a um crescimento "vigoroso" em âmbito econômico nos anos seguintes a 2018. "O PT se porta como se 2016 não tivesse existido. Mas o tema agora é a decisão tucana de manter – ou não – o compromisso de prosseguir dando suporte ao governo que interrompeu o mais longo processo recessivo da história econômica; e está a um passo de consolidar a inevitável reforma das leis trabalhistas."
"Não existe essa dicotomia entre “cabeças brancas” e “cabeças pretas”. E nem é possível que o PSDB se “purifique”, migrando do governo Temer, ao qual servem quatro ministros tucanos competentes e valorosos, para alguma “solução” simplória em torno de alguma outra “bola da vez”, contra a qual nossos “brios” terminariam por se voltar em algum outro momento dessa tragicômica história que estamos presenciando ser descrita", finalizou Arthur Virgílio.