Alegação: 'É da cultura'

MPF quer censurar documentário sobre índios que enterram crianças vivas

Vídeo conta história da índia Hakani (hoje e ao ser desenterrada)

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O Ministério Público Federal em Brasília pediu que a Justiça censure a exibição do documentário "Hakani – A história de uma sobrevivente", que revela a prática de infanticídio portriboos indígneas, alegando que se trata de "abuso à liberdade de expressão". Procuradores do MPF consideram que o vídeo, produzido por duas organizações religiosas, Jocum Brasil (Jovens com uma Missão) e Atini: Voz pela Vida, "pode incitar o ódio e aumentar o preconceito contra comunidades indígenas". 

O documentário conta a história de Hakani, uma menininha da tribo Suruwahá que foi enterrada viva e, depois de salva pelo irmão, acabou adotada por um casal de missionários. O MPF alega que o infanticídio "ainda faz parte da cultura" de algumas etnias, como a Suruwahá. Pela "tradição", são enterradas crianças com deficiências ou com atrasos severos de desenvolvimento.

Na ação civil pública, além de pedir a censura ao documentário, a procuradora da República Ana Carolina Alves Roman que as entidades religiosas sejam proibidas de expor imagens de crianças indígenas e, ainda, que sejam condenadas a pagar R$ 1 milhão de indenização por "danos morais coletivos".

O documentário é acusado de ser “mais um elemento da campanha difamatória em face dos índios brasileiros, bem como uma justificativa para a atuação religiosa e missionária das organizações em aldeias indígenas”. As duas organizações são "acusadas" de tentar erradicar oinfanticídio por meio da evangelização e formação de jovens missionários para atuarem junto aos povos indígenas, em especial na Amazônia.

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