Ex-amante de FHC

Mirian Dutra deixa sede da PF após seis horas de depoimento

Ex-amante de FHC o acusou de enviar dinheiro ao exterior de forma irregular

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A jornalista Mirian Dutra, ex-amante do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, deixou a sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, por volta das 19h45 de hoje (7), sem falar com a imprensa. Ela chegou ao local às 13h40 e seu depoimento durou quase seis horas.

Mirian foi ouvida por um delegado da Polícia Federal de Brasília, já que o inquérito, aberto em fevereiro deste ano, corre na capital do país. Ela foi ouvida por declarações a revistas brasileiras, nas quais acusa o ex-presidente de ter enviado dinheiro para o exterior de forma irregular, usando uma empresa chamada Brasif para pagamento de despesas do filho que ela diz ter tido com Fernando Henrique.

Ao deixar o local, a jornalista disse apenas que estava cansada. Ela não respondeu a jornalistas se tinha confirmado as declarações às revistas e nem confirmou se tinha apresentado documentos que comprovassem as denúncias.

Transferências

Mirian confirmou que teve um relacionamento com Fernando Henrique Cardoso antes de ele se tornar presidente da República, durante parte dos anos 1980 e início da década de 1990. Afirmou ainda que seu filho, Tomás Dutra Schmidt, hoje com 23 anos, é filho de FHC. Mirian disse também que o ex-presidente usou uma empresa para enviar dinheiro para o filho no exterior.

Segundo ela, a primeira transferência foi feita por meio de um contrato fictício de trabalho, no fim de 2002. O documento mostra que a contratante é a Eurotrade, com sede nas Ilhas Cayman.

A empresa era subsidiária do grupo Brasif, que, na época, monopolizava a exploração de free shops, serviço administrado pelo governo federal. Apesar de ter dado dinheiro a Tomás, Mirian disse que FHC nunca assumiu a paternidade do rapaz. Perguntada sobre o motivo de só ter trazido os fatos à tona agora, a jornalista revelou que “está na hora das pessoas começarem a saber a verdade”.

Eurotrade

A Brasif divulgou nota afirmando que a Eurotrade, uma plataforma logística internacional das operações da Brasil Duty Free Shop, contratou, "em dezembro de 2002, a jornalista Mirian Dutra para realizar pesquisas sobre os preços em lojas efree shops na Europa" e que ela foi indicada para a função pelo jornalista Fernando Lemos, seu cunhado.

Na nota, a empresa assegurou que o "ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não teve qualquer participação na contratação, tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasif". A empresa também informou que a Eurotrade e a Brasil Duty Free foram vendidas em 2006.

O advogado de Mirian Dutra, José Diogo Bastos, informou mais tarde a jornalistas, por telefone, que deve soltar uma nota amanhã (8) para comentar os depoimentos dados por sua cliente hoje. Ele preferiu não fazer comentários sobre o depoimento.

A reportagem também procurou o Instituto Fernando Henrique Cardoso, mas até o momento não recebeu resposta sobre a solicitação. Mais cedo, o instituto informou à Agência Brasil que esperaria o depoimento de Mirian Dutra para avaliar se haveria necessidade de se posicionar sobre as declarações. (ABr)

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