Ministro suspende leilão suspeito de terminal de etanol no Porto de Maceió

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, atendeu ao apelo do Ministro dos Transportes Maurício Quintella e suspendeu, nesta terça-feira (28), o leilão do Terminal de Álcool do Porto de Maceió. A decisão foi tomada com base nas denúncias sobre os riscos de o leilão da Transpetro arruinar a economia de Alagoas e do Nordeste, veiculadas em primeira mão pelo colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

A informação foi confirmada nesta tarde pelo ministro Maurício Quintella, que considerou a decisão muito importante. “A decisão é muito positiva, já que não se tinha o impacto no mercado de etanol de Alagoas e do Nordeste, com essa ocupação, mesmo de uma parte ociosa do terminal”, disse Quintella, ao Diário do Poder.

Além de suspender o leilão, o ministro deve licitar a área, que a Transpetro explora sob liminar. Mas Quintella ressalta que o foco da suspensão foram os riscos de prejuízos que seriam causados não apenas ao setor sucroenergético, mas aos trabalhadores que já sofrem com a crise no setor. 

"Há um contrato precário lá no Porto. Ela funciona lá por liminar. E a ideia do Ministério dos Transportes é colocar essa área para qualificar no PPI [Programa de Parcerias e Investimentos] e licitar. Mas o grande motivador [da suspensão] foi essa falta de estudo em relação ao impacto que isso vai causar no mercado do etanol da região", afirmou o ministro alagoano dos Transportes.

Alertado pelo jornalista do Diário do Poder, Quintella conversou com o colega ministro Fernando Coelho Filho, na semana passada. E formalizou hoje o pedido de suspensão do leilão, porque confirmou a preocupação do setor com o risco de o Terminal do Porto de Maceió ser usado para importar álcool americano de milho, em detrimento da utilização dos tanques para armazenamento e exportação de álcool produzido na região.