Reforma da Previdência

Meirelles diz que desigualdade salarial vai acabar em até 20 anos

Reforma da Previdência busca igualar condições de aposentadoria, diz

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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira, 9, que a diferença salarial entre homens e mulheres deve levar até duas décadas para deixar de existir. O ministro apontou que os dados mais recentes do mercado de trabalho mostram que entre os mais jovens os salários das mulheres já representam 99% do dos homens e que devem se igualar em breve. Já entre as pessoas mais velhas essa proporção é de 80%.

“As mulheres mais jovens já estão com remuneração igual à dos homens. A tendência obviamente é que em 20 anos isso estará igualado [nas faixas etárias mais velhas]. Então nós teremos um mercado de trabalho igualitário”, afirmou o ministro.

No entanto, estudos mostram que a desigualdade salarial entre os gêneros cresce à medida que os profissionais avançam na carreira, uma vez que os homens tendem a ser mais promovidos e receber mais aumentos do que as mulheres.

De acordo com estudo do Fórum Econômico Mundial publicado em novembro a igualdade salarial entre os gêneros no mundo será alcançada apenas em 2186 – daqui 169 anos. No ranking elaborado pela instituição, o Brasil figura na 79ª posição de uma lista de 144 países.

Aposentadoria

O suposto alcance dessa igualdade no mercado de trabalho é uma das justificativas do governo para igualar a idade mínima de aposentadoria de homens e mulheres, proposta na reforma da Previdência que tramita no Congresso.

Hoje, mulheres podem se aposentar cinco anos mais cedo do que os homens tanto no caso da aposentadoria por idade quanto no da por tempo de contribuição.

Ao defender a igualdade na aposentadoria, Meirelles acrescentou que para permitir que a idade mínima para a aposentadoria de mulheres seja de 60 anos, a dos homens teria que passar para 71 anos. Do contrário, disse, as contas não fecham.

Meirelles explicou ainda que a proposta de transição vai equilibrar as distorções atuais. “Num primeiro momento, mantém-se a situação [de desigualdade entre os gêneros], visto que as mulheres entram na transição com idade cinco anos abaixo da dos homens. [Pela regra de transição], apenas mulheres abaixo dos 45 anos atualmente entram no novo regime de 65 anos. [Entram na regra nova os homens abaixo dos 50 anos.] Isso se assemelha a muitos modelos de outros países que igualam a idade mínima por gênero”.

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