Lava Jato

Marqueteiro do PT, João Santana negocia delação premiada

Ele e a mulher estão presos desde fevereiro em Curitiba

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Uma nova delação premiada nas investigações da Lava Jato pode estar por vir. A proposta de delação de Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana, ganhou um reforço de peso. O marido, antes reticente, decidiu entrar nas negociações do acordo de colaboração da força-tarefa.

O casal está preso desde fevereiro em Curitiba, quando foi deflagrada a Operação Acarajé – 23ª fase da Lava Jato, mas o processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Foi remetido do juiz Sérgio Moro à Corte após a inclusão de políticos com foro privilegiado no inquérito. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (15).

O marqueteiro tentou o quanto pôde evitar a delação porque não queria afugentar futuros clientes. Para ele, o sigilo profissional era a garantia de que poderia continuar fazendo campanhas — ao menos em outros países.

Investigadores afirmam que as negociações estão “mornas”. A defesa de João Santana nega que ele esteja negociando delação.

Relações perigosas

O inquérito contra Santana investiga supostos pagamentos de R$ 7 milhões ao marqueteiro pela Odebrecht em paraísos fiscais. Na última década, o publicitário se dedicou no Brasil a campanhas do PT. A Polis Propaganda e Marketing assinou as campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. 

A Lava Jato chegou a João Santana por meio de anotações encontradas no aparelho celular de Marcelo Odebrecht, preso desde junho do ano passado, na 14ª fase da Lava Jato. Na mensagem a um executivo da empresa, Marcelo alerta: “Dizer do risco cta suíça chegar na campanha dela”. A partir de então, foram instauradas investigações para rastrear contas no exterior que teriam Santana como destinatário final do dinheiro.

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