Mais de um terço dos alagoanos dependem do programa Bolsa Família.
Baixos índices sociais põem Alagoas como sexto em beneficiários
Mais de um terço da população alagoana depende dos benefícios do programa Bolsa Família. É o que apontam os dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que listou Alagoas como o sexto estado do Brasil com mais beneficiários do programa federal de distribuição de renda, em relação ao ano de 2017.
Alagoas tem 409 mil famílias dependentes do Bolsa Família, o que representa 38% de sua população. O índice que é quase o dobro da média nacional, que é de 21% da população brasileira vivendo com os benefícios do programa. E tem relação com péssimos indicadores sociais, a exemplo do fato de Alagoas ter sido campeão em desemprego no Nordeste e vice-campeão brasileiro, em 2017.
As regiões Norte e Nordeste concentram os estados com maior proporção da população amparada pelo programa. São 11 estados desta região com mais de um terço das suas populações inscritas no programa social. Sendo o Estado do Maranhão o que tem maior percentual de beneficiários no Bolsa Família, com 48% dos maranhenses inscritos.
Os estados do Acre e Piauí ocupam a segunda e terceira colocação do ranking do programa, com 43% da população inscrita. E o Pará e a Paraíba mantém 39% de seus moradores como beneficiários do Bolsa Família. Alagoas está no sexto lugar, com 38%, seguido pelo Amazonas, a Bahia e o Ceará, com 37%, e Sergipe e Pernambuco, com 36%.
A coordenadora do Programa Bolsa Família em Alagoas, Maria José Cardoso, avalia os dados com naturalidade, porque a população bastante dependente da monocultura da cana-de-açúcar ainda ostenta os piores índices de desenvolvimento humano.
“Não é algo novo. Infelizmente, é grande o desemprego no nosso estado, e tais números refletem este cenário. Avalio que o percentual está dentro do previsto, inclusive, pensava que fosse até maior. Por outro lado, a distribuição dos recursos aquece a economia”, disse a coordenadora do Bolsa Família em Alagoas, em entrevista à Gazetaweb.
O ingresso no Bolsa Família só é permitido para famílias com renda mensal de até R$ 185 por pessoa. E os valores dos repasses variam de R$ 39 a R$ 372, de acordo com o número de filhos do beneficiário inscritos. São valores que, mesmo pequenos, representam mais de 6% do PIB local para 579 dos mais de cinco mil municípios brasileiros.
O secretário-executivo do MDS, Alberto Beltrame, destaca a influência do Bolsa Família no que ele chama de círculo virtuoso de desenvolvimento na economia local, com estímulo à economia e à melhoria da renda. O MDS tem dados que indicam que as cidades com mais inscritos no Bolsa Família teriam taxa de crescimento maior no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). (Com informações da Gazetaweb e MDS)