Lula chama Aécio de ?filhinho de papai? e Dilma paga conta

Por unanimidade, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a perda de 1 minuto e 50 segundos do tempo da candidata do PT, Dilma Rousseff, na próxima propaganda eleitoral na televisão. Com a decisão, a campanha da petista não pode mais reprisar inserção em que é exibido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comício chamando o candidato do PSDB, Aécio Neves, de “filhinho de papai”. Lula questionava onde estava o tucano enquanto Dilma lutava contra a ditadura militar. Aécio tinha dez anos quando a petista foi presa, em 1970.

Os ministros entenderam que houve ?ataques de cunho pessoal? a Aécio na propaganda, o que viola o entendimento do tribunal de que o horário eleitoral gratuito deve ser usado para debate de ideias e apresentação de propostas. Aqui está o que queríamos evitar, o ataque pessoal. O que importa aqui é o ataque à honra, à pessoa do candidato, e eu diria neste caso em baixo nível?, disse o ministro Luís Otávio de Noronha.

Durante a sessão do TSE, o ministro Gilmar Mendes fez uma ironia, fora do microfone, ao indagar se o autor dos ataques a Aécio, na propaganda eleitoral, ?passou pelo teste do bafômetro?. ?A pessoa que falou isso passou pelo teste do bafômetro??, perguntou Gilmar, que pode ser ouvido pela TV Justiça.

Esta é a segunda punição à campanha de Dilma que prevê não só a suspensão de programa, mas também a perda de tempo na televisão. No 2º turno, os candidatos têm exposição igual no horário eleitoral, com 10 minutos na TV e no rádio, além de 7 minutos e 30 segundos em inserções. Em decisão monocrática publicada nessa segunda-feira, 20, o ministro Admar Gonzaga já havia cassado 4 minutos da petista na TV por veicular propaganda que sustentava que Aécio não respeitava as mulheres.