Operação Tolypeutes

Linha 4 do Rio saltou de R$ 880 milhões para R$ R$ 9,6 bilhões

Descoberta foi feita na Operação Tolypeutes, nova fase da Lava Jato

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O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, destaca em despacho que as obras do Metrô da Linha 4 do Rio, orçadas em R$ 880,079 milhões, foram reajustadas para R$ 9,643 bilhões. A descoberta foi feita na Operação Tolypeutes, na nova fase da Força Tarefa da Lava Jato do Rio que investigou a construção. Segundo Bretas, o reajuste “por, si só, dá conta do enorme volume de dinheiro público que, em tese, teria sido desviado pelos agentes públicos investigados a partir da referida obra”.

A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-subsecretário de transportes do Rio, Luiz Carlos Velloso, e o diretor de engenharia da estatal Riotrilhos, Heitor Lopes de Sousa Júnior, na manhã desta terça-feira, 14, só acusação de envolvimento no esquema. Velloso ocupa atualmente o cargo de subsecretário de turismo do Estado do Rio de Janeiro.

A obra, de expansão do Metrô até a Narra da Tijuca visando à Olimpíada de 2016, foi realizada pelo consórcio Rio Barra S.A. A associaca5 era constituída pela Carioca Engenharia, por meio da Zigordo Participações S.A, com a Queiroz Galvão e Odebrecht. Segundo a delação da funcionária Luciana Salles, da Carioca, a propina geada pela obra foi destinada à a Secretaria de Transportes do Estado do Rio de Janeiro e à Riotrilhos.

Em seu depoimento, Luciana contou que parte dos valores era pago a Velloso. Os pagamentos foram iniciados antes mesmo de a empresa assumir a obra. Já Heitor Lopes, de acordo com o processo, “teria recebido vultosos valores de propina em diversas ocasiões descritas a partir dos depoimentos de ex-funcionários da carioca engenharia”. 

“As declarações de Luciana Salles Parente trouxeram à baila importantes informações acerca do local, forma e frequência dos pagamentos de propinas ao requerido, além de fornecer o número de seu telefone pessoal, que permitiu aprofundamento das investigações”, assinala o documento.

Segundo a funcionária, havia uma combinação de pagamento de propina à Riotrilhos, baseada no percentual dos recebimentos da Carioca.  Seria de em 0,25% ou 0,125%. Também disse que os pagamentos eram realizados diretamente ao diretor.

As investigações também detectaram que Heitor Lopes de Souza é sócio da empresa Arqline Arquitetura e Consultoria e sócio oculto da empresa Arqmetro Arquitetura, empresas de mesmo endereço e contratadas para prestar serviços nas obras de construção da Riotrilhos. Por meio destas empresas, de janeiro de 2010 a março de 2013, Heitor teria recebido vantagens indevidas do Grupo Odebrecht e da empresa MC Link Engenharia, em um total de R$ 5.404 milhões.  

De abril de 2012 a outubro de 2016, ele teria recebido mais R$ 10 milhões em transferências bancárias da Arqmetro. De acordo com as notas fiscais emitidas, ele faturou mais de R$30 milhões no período, supostamente prestando serviços a apenas duas outras empresas envolvidas na obra da Linha 4 do Metrô. (AE)

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