Contra o Caixa Dois

Líder do PHS quer voto nominal e reação popular pelas Dez Medidas

Carimbão vê grande união partidária contra combate à corrupção

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O deputado federal Givaldo Carimbão (PHS-AL) foi uma das vozes responsáveis por evitar que se aprovasse, nesta quinta-feira (24), o projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção, com uma anistia para quem praticou caixa dois em campanhas eleitorais. O alagoano alerta à sociedade para a necessidade de reação contra a grande articulação partidária formada no Congresso Nacional para desfigurar as propostas do Projeto de Lei nº 4850/2016.

O líder do PHS na Câmara dos Deputados denunciou que a matéria seria votada sem ter o texto finalizado. E lamentou que apenas seu partido o PSOL, a Rede, PPS e o PTN defenderam efetivamente que a pressa das grandes siglas contaminasse a aprovação das Dez Medidas propostas no projeto de lei de iniciativa popular apoiado por 2,3 milhões de brasileiros.

Para o alagoano Carimbão, somente a pressão popular, aliada à votação nominal da matéria poderá dar à sociedade a segurança de que os posicionamentos de seus representantes na Câmara Federal atenderão aos objetivos de garantir um combate efetivo à corrupção no Brasil, em dar margem à atuação parlamentar na obscuridade.

“Espero que a sociedade se mobilize. Porque há todo um trabalho de um grupo para permanecer o caixa dois [sem ser criminalizado]. Há uma grande mobilização, agora não sei se seguram no voto nominal. Incluíram a não criminalização do caixa dois e não queriam votar nominalmente. Nosso grande trunfo foi pedir o voto nominal. E será o trunfo contra essa grande articulação para desfigurar o projeto”, disse Carimbão.

Governistas pressionaram

O deputado que também lidera a bancada católica disse ter resistido à abordagem da base governista de Michel Temer (PMDB) para que mudasse de ideia, ainda durante o debate desta quinta. Aos interlocutores do grupo que quer livrar o caixa dois da criminalização, Carimbão disse ter questionado o motivo de tentarem agir na obscuridade.

“Pessoal da base do governo me chamou e eu disse que não abro mão. Eu disse: ‘Oxente, e ninguém quer assumir sua posição não, é? Não têm coragem, não? Querem ficar na obscuridade, botam um partido como escudo, mas não bota seu dedo, a sua posição?’. Aí conseguimos barrar. Foram só 31 votos e o PHS foi o fiel da balança”, disse o deputado, ao narrar a batalha para o Diário do Poder.

Carimbão ainda observou a omissão de parlamentares que discordam da posição partidária pela modificação das Dez Medidas, mas são voto vencido. E atribui o adiamento da votação aos pedidos do PHS, da Rede, do PSOL, do PPS e do PTN. “Todos os outros partidos estão fechados para que o caixa dois continue a ser praticado”, concluiu.

 

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