Leite diz que PT recebeu propinas pagas a Renato Duque
O ex-presidente da Camargo disse que a construtora atrasava propinas
O executivo Eduardo Hermelino Leite, ex-vice-presidente da construtora Camargo Côrrea, apontou o PT como beneficiário do pagamento de propina à diretoria de Serviços da Petrobras, na época ocupada por Renato Duque.
Ao ser questionado pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB), Leite apontou três ocasiões em que o PT foi o beneficiário final do pagamento. A primeira foi uma reunião na casa do lobista Júlio Camargo, apontado por ele como operador do PT, ligado a Duque. “Eu estava lá, assim como Pedro Barusco [ex-gerente de Tecnologia da Petrobras], que listou os débitos [em propina] da Camargo e disse que tinham que prestar contas disso ao PT”, disse Leite.
O executivo contou ainda que Renato Duque cobrou propinas atrasadas da Camargo Corrêa mesmo depois de ter deixado o cargo de diretor da Petrobras. “Ele me procurou depois de sair da diretoria para pedir que o pagamento atrasado fosse feito para uma empresa de consultoria que ele havia acabado de abrir”, disse. “Mas ele disse que o pagamento era para o PT?”, perguntou Efraim. “Isso sempre foi conversado”.
Mais cedo, ele disse à CPI da Petrobras que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu a ele que os débitos da Camargo Corrêa fossem quitados por meio de doações oficiais eleitorais ao PT.
Segundo Leite, a Camargo Corrêa atrasava constantemente os pagamentos de propina – em razão dos altos valores envolvidos.
O executivo disse, porém, que o único político que conheceu no período foi o ex-deputado José Janene, morto em 2010 e apontado como operador do PP.(Agência Câmara)