Lava Jato

José Guimarães recebeu propina de Romano, conclui PF em inquérito

Em troca, o deputado viabilizou a concessão de financiamento

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A Polícia Federal concluiu o inquérito 4259 do Supremo Tribunal Federal, instaurado no âmbito da Operação Lava Jato. A investigação comprovou que o deputado federal do Ceará José Guimarães (PT) recebeu propina do colaborador Alexandre Romano no valor de R$ 97.761,00 em troca de sua intervenção junto ao ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), seu apadrinhado político. 

A apuração apontou que em razão dessa atuação foi facilitada e viabilizada a concessão de financiamento de R$ 260 milhões pela instituição financeira às subsidiárias de uma empresa responsável pela construção de usinas eólicas no estado da Bahia. Guimarães foi líder do Governo Dilma na Câmara dos Deputados.

Segundo a PF, o pagamento da propina ocorreu por meio de dois cheques do colaborador. O primeiro, no valor de R$ 30 mil, foi descontado pelo escritório de advocacia responsável pela defesa do parlamentar em um processo no STF.

O segundo cheque, no valor de R$ 67.761,00, era destinado a uma companhia de indústria e comércio de papel, que forneceu matéria prima a uma empresa gráfica que prestava serviços ao deputado.

A PF informou que foram identificados elementos suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro pelo parlamentar. Também foram apontados indícios suficientes de autoria e materialidade do delito de corrupção passiva qualificada cometido pelo ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil.

O relatório conclusivo do inquérito foi encaminhado ao STF nesta quarta-feira (23), juntamente com todo o material produzido no decorrer das investigações.

A defesa do deputado ainda não se manifestou sobre o inquérito.

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