Janot: 79% das delações foram obtidas com investigados soltos
Advogados alegam que delações foram ‘arrancadas’ a partir de prisão preventiva
Em sabatina no Senado na manhã desta quarta-feira, 26, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, revelou que 79% das delações premiada feitas no âmbito da Operação Lava Jato foram obtidas com investigados soltos. Apenas 21% das colaborações, segundo o chefe do Ministério Público Federal que busca sua recondução ao cargo, foram realizadas com investigados presos.
Segundo o procurador-geral, ‘entre 50 e 60′ delações já foram realizadas ou estão em curso na Lava Jato.
A afirmação de Janot derruba tese recorrente de defensores de alvos da Lava Jato, que alegam que as delações foram ‘arrancadas’ a partir de mandados de prisão preventiva. ”Colaboração premiada é instrumento poderoso”, afirmou Janot.
O procurador-geral ressaltou que o delator tem necessariamente de confessar a prática de ilícitos e o ato tem de ser espontâneo por parte do colaborador. A delação premiada é a alma da Lava Jato.
O primeiro colaborador foi o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que firmou seu acordo em agosto de 2014 e apontou o envolvimento de deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares no esquema de propinas na Petrobrás. Depois dele, dezenas de outros investigados resolveram falar. (AE)