Investigação da Polícia Federal mostra falhas nas delações da Odebrecht
Excesso de delatores e mudança de versões podem comprometer as investigações
A Polícia Federal identificou falhas nas delações da Odebrecht. Os investigadores que cuidam de casos que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) apontaram o exagero no número de delatores, a mudança de versão de alguns deles e a falta de acesso aos sistemas que fundamentaram as planilhas de repasse de dinheiro, caixa dois ou propina, para parlamentares.
Os relatórios parciais públicos e interno mostram a apresentação de material já apreendido na Lava Jato e a ausência de documentos que comprovem as narrativas dos colaboradores. Esses pontos podem comprometer as investigações passadas à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Com a investigação da PF concluída, caberá à PGR a decisão de denunciar ou não os envolvidos, que somam 39 deputados, 24 senadores e oito ministros. A pena dos colaboradores será de responsabilidade do juiz encarregado de cada processo.
Excesso
Só em dezembro de 2016, 77 ex-executivos da Odebrecht assinaram o acordo de colaboração, homologado pelo STF em janeiro, apartir daí, a PGR autorizou a abertura de outros 70 inquéritos. A PF acredita que o número de delatores não deveria ter passado de seis executivos, incluindo Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo, Hilberto Mascarenhas, chefe do setor de propina, e Benedicto Júnior, responsável pelo comando da Odebrecht Infraestrutura.