Gravador emborrachado

Geddel avisou sobre sala 'antigrampo' do presidente, diz Joesley

Com o alerta, empresário decidiu usar gravador "emborrachado"

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O gravador de baixa qualidade usado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, para registar conversa com o presidente Michel Temer foi escolhido para que “passasse desapercebido" por detectores de metal. À Polícia Federal, Joesley informou que foi avisado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima de que o presidente utilizava uma sala “antigrampo” para tratar de assuntos "mais sensíveis".

O empresário disse ainda que acreditava que o gravador “emborrachado” funcionaria em um ambiente com bloqueador de sinal eletromagnético.

No diálogo, que ocorreu no dia 7 de março, Joesley diz que "zerou pendências" com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que está "de bem" com o peemedebista, que está preso em Curitiba. Neste momento, Temer diz ao empresário: "tem que manter isso". Joesley disse ao Ministério Público que Temer deu aval para que ele comprasse o silêncio de Cunha, para que o ex-deputado não fizesse delação premiada.

O empresário também narrou, além da obstrução de justiça, uma sequência de crimes como suborno de procuradores e compra de informações privilegiadas.

Segundo a Procuradoria Geral da República, a conversa mostra que Temer deu "anuência" para que o empresário pagasse propina ao peemedebista para mantê-lo em silêncio e não o delatasse.

De acordo com Joesley, o encontro com Temer ocorreu em uma sala no subsolo do Palácio do Jaburu "situada depois da área de serviço e ao lado da garagem". Essa teria sido a primeira reunião entre os dois nesta sala.

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