Fundos ficam mais rentáveis que poupança com alta nos juros
Alta da Selic vai reforçar a rentabilidade dos investimento em renda fixa
A alta da taxa básica de juros da economia, a Selic, vai reforçar a rentabilidade dos investimento em renda fixa, como os fundos de investimentos. Levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que, com o juro a 11,25% ao ano, os fundos são mais vantajosos que a poupança na maioria das simulações.
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac, esse ganho de competitividade da renda fixa tende a se consolidar nos próximos meses. “Com essa alta da Selic, que leva em consideração a pressão do câmbio e as tarifas públicas represadas, se abre uma janela e outras elevações devem vir”, diz. Até quarta, a expectativa da Anefac era de manutenção da taxa de juros.
A vantagem é ampla para os fundos que possuem taxas de administração até 1,50%, segundo o estudo. Com a taxa em 2%, contudo, os fundos só mantém o ganho maior quando o prazo de resgate das aplicações supera um ano.
A caderneta de poupança é melhor negócio para o investidor em relação aos fundos quando a taxa de administração é de 2% e com prazo de até um ano. Quando a taxa de administração é de 2,5% ou mais, a poupança rende mais que os fundos qualquer que seja o período resgate.
Para quem tem pouca experiência com o mundo das finanças, contudo, a poupança costuma ser uma boa porta de entrada, em especial quando o investimento é baixo. Isso porque, lembra Oliveira, as taxas de administração mais baixas dos fundos, que os colocam em condição mais favorável que a poupança, só estão disponíveis para os investimentos de maior valor.
A caderneta tem seu ganho garantido por lei, rendendo 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial. Além disso, não há cobrança de imposto de renda e é possível sacar o dinheiro a qualquer momento.
Já os fundos de renda fixa possuem tributação do imposto de renda sobre seus rendimentos. Quanto menor o prazo de resgate, maior a tributação. Além disso, os bancos cobram uma taxa de administração pelo serviço. (Hugo Passarelli/AE)