Filho de Duque comprou carrão após receber grana de lobista
Milton Pascowitch pagou R$ 50 mil ao filho de Renato Duque
Preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 21, o lobista Milton Pascowitch pagou R$ 50 mil a Daniel Tibúrcio Duque, um dos filhos do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque. O repasse foi feito em 21 de fevereiro de 2013, mesmo dia em Daniel comprou um carro de luxo.
A transação é considerada suspeita pelo Ministério Público Federal (MPF), que anexou a nota fiscal do negócio aos documentos da 13ª fase da Operação Lava Jato. A transferência de R$ 50 mil foi feita da conta pessoal de Pascowitch. No mesmo dia, conforme os investigadores, Daniel comprou um Hyundai Vera Cruz por R$ 128 mil.
“Embora a transação, por si só, não constitua ato ilegal, no presente caso há que se ponderar os indícios de que o investigado (Pascowitch) operacionalizava o repasse de propina a agentes públicos, dentre os quais Renato de Souza Duque”, destacam os procuradores da Lava Jato.
Renato Duque, que ocupou a Diretoria de Serviços da Petrobrás por indicação do PT, é suspeito de receber propina de empreiteiras por meio de Pascowitch. Os pagamentos seriam feitos em dinheiro e também em obras de arte.
Conforme as investigações, uma das empresas de Pascowitch, a Jamp Engenheiros, pagou R$ 894 mil à D3TM, consultoria criada por Renato Duque em sociedade com os filhos, entre eles Daniel.
O Estado não localizou Daniel nesta quinta-feira. O advogado de Duque, Renato de Morais, não atendeu aos telefonemas da reportagem.
Milton Pascowitch, apontado como operador de propinas da empreiteira Engevix na Diretoria de Serviços da Petrobrás, foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira em nova fase da Jato. Pascowitch é dono da Jamp Engenheiros Associados.
O irmão de Milton, José Adolfo Pascowitch, foi levado coercitivamente para depor na Polícia Federal. Foram feitas busca e apreensão na casa dos irmãos e também na casa de Henry Hoyer de Carvalho. A 13ª fase da Lava Jato tem como alvo fatos relacionados a dois operadores financeiros que atuavam junto a contratos firmados por empreiteiras com a Petrobrás. (AE)