Crime perfeito?

Fazendeiro some em reduto de Renan e família pressiona autoridades

Não há pistas sobre caso desde 3 de agosto, na terra de Renan

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Familiares denunciaram publicamente, nessa terça-feira (22), o sumiço misterioso do agropecuarista Cristovão Rodrigues Silva, de 61 anos de idade, visto pela última vez no dia 3 de agosto em sua fazenda no município de Murici, no interior de Alagoas. A família esperou 20 dias, contribuindo com as investigações e rompeu o silêncio, após a Polícia Civil não avançar a respeito da ocorrência registrada na zona rural do município que é reduto político da família Calheiros, no Estado.

Em texto divulgado nas redes sociais, a jornalista Candice Almeida, que comunicou o fato à imprensa, em nome da família, reproduziu a indignação de familiares que concluem que “Alagoas ainda é lugar propício a crimes perfeitos”, apesar dos inúmeros avanços propalados diariamente nas propagandas institucionais do governo estadual.

O filho do fazendeiro, Christiano Rodrigues, disse ao Diário do Poder que a ausência de respostas sobre rastros supostamente deixados pelos criminosos é o que mais incomoda sua mãe, seu irmão e todos os familiares e amigos. "O que nos deixa aflito e intrigado é a falta de rastro. Parece que por mais que a polícia disponha de tecnologia, não acompanha o nível de profissionalismo do crime organizado em Alagoas. Estamos sendo bem assistidos, delegados têm sido atenciosos, mas a família toda quer resposta. Porque, quantos outros casos não podem estar acontecendo com outras famílias com menor capacidade de mobilização das autoridades?", disse Christiano, por telefone, na manhã desta quarta-feira (23).

A jornalista amiga da família ainda enumera os seguintes questionamentos: “Estamos diante de um crime sem vestígios? Por que as investigações não avançam? O sumiço de Cristovão chega ao conhecimento da imprensa, mas quantos outros sumiços inexplicáveis ocorrem todos os meses em Alagoas?”.

O objetivo do desabafo dos familiares de Cristóvão seria apenas que o questionamento chegasse às autoridades competentes, em nome não são só da família, mas de toda sociedade.

“Cristovão não sumiu em qualquer lugar do estado, mas em Murici. O que isso significa? O que deveria significar? Em nome da família, contamos com o apoio da imprensa para que este caso não se torne simplesmente um número. Apesar de não sabermos exatamente onde Cristovão se encaixaria na contabilidade do crime alagoano”, escreveu a representante dos familiares do agropecuarista.

Veja o texto publicado pela jornalista, amiga dos familiares do desaparecido:

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