Ex-deputado José Edmar é preso tentando invadir hotel Torre Palace
Segundo a PM, o ex-parlamentar tentou furar bloqueio policial
O ex-deputado federal pelo PMDB José Edmar foi detido por volta das 13h desta sexta-feira (3) por desobediência. Segundo a Polícia Militar, o ex-parlamentar tentou entrar no hotel Torre Palace, no centro de Brasília, invadido pelo Movimento de Resistência Popular, que está sendo desocupado há três dias pelo Governo do Distrito Federal.
A PM informou que Edmar estava com uma caixa com álcool, comida, água e ovos dentro. Ele recebeu ordens para não tentar entrar no edifício, mas teria tentado furar o bloqueio policial e foi preso por desobediência.
O ex-parlamentar, que também é advogado, foi encaminhado para a 5a Delegacia de Polícia (área central), onde permanece.
Desocupação no 'Hotel do crack'
A negociação entre a Polícia Militar e os invasores do hotel Torre Palace começou na quarta-feira (1), às 8h. Os invasores disseram que só deixam o local se o Governo do Distrito Federal oferecer uma opção permanente de moradia. Eles exigem que o GDF prorrogue a assistência habitacional de R$ 600, oferecida por até um ano, mas o governo já disse que não tem condições de estender o benefício.
Alguns deputados federais do PT e representantes do GDF estiveram reunidos com o grupo na noite de quarta (2), mas, assim como a PM, não obtiveram êxito. Devido a regras de cumprimento de mandados de Justiça, os militares são proibidos de entrar no hotel durante a madrugada, informou a polícia.
Durante toda a madrugada de quarta cerca de 250 policiais militares e 110 profissionais do Detran e Corpo de Bombeiros permaneceram em frente ao prédio. Ontem, por volta das 18h os invasores jogaram de cima do prédio bombas de fabricação caseira.
O grupo está no local desde outubro do ano passado. O hotel Torre Palace está abandonado desde 2013, avaliado em R$ 35 milhões e é alvo de disputa judicial entre os herdeiros do empresário Jibran El-Hadj.
Outra prisão
Em 10 de julho de 2003 a Polícia Federal prendeu, em casa, José Edmar, então deputado distrital, acusado de envolvimento com ações de parcelamento irregular do solo (condomínios), crimes contra o meio-ambiente, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, estelionato, corrupção, ameaças e formação de quadrilha. Uma das lideranças do governador Joaquim Roriz na Assembléia Legislativa, José Edmar ficou preso na Superintendência Regional da Polícia Federal, junto com outros oito integrantes da quadrilha.