Estudantes da UFRN investem em empreendedorismo e inovação

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“As velhas mídias não morreram. Nossa relação com elas é que morreu”. A frase é do norte-americano e pesquisador dos meios de comunicação, Henry Jenkins, e reflete uma mudança nas nossas necessidades de produção e de consumo. Com a internet, o atual panorama do mercado de trabalho faz surgir novas profissões e novas formas de nomear pessoas que trabalham produzindo material para o ambiente virtual, como produtor de conteúdo, influenciador digital, social media, blogueiro e youtuber, por exemplo.

Diante dessa realidade, profissionais do mundo “offline” começaram a desenvolver propostas de negócio no mundo “online”. Um exemplo é Bruna Paulino que iniciou sua carreira na saúde como Técnica em Enfermagem, trabalhando na Maternidade Divino Amor, no Banco de Leite e no Programa Saúde da Família (PSF). Depois, fez graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e hoje é enfermeira da instituição de ensino, atuando na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN), além de estar cursando mestrado no Programa de Pós-Graduação em Saúde e Educação (PPGSES-UFRN).

Apesar da carreira na área materno-infantil, com o nascimento do primeiro filho, a temática da maternidade se tornou ainda mais próxima. “Foi quando enfrentei a dura realidade de ser mãe porque, enquanto profissional da saúde, a gente chega a julgar as mamães, quando damos orientações que não são seguidas. Mas, somente no momento em que passamos na pele as dificuldades é que sabemos como tudo funciona e o nosso olhar muda”, conta.

Clara costumava assistir às aulas antes de dormir e as temáticas que mais geravam dúvidas eram sobre amamentação, cuidados com o umbigo, enxoval e vacinação. Foto: Cícero Oliveira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao sentir, na prática, a necessidade de conteúdos sobre o mundo maternal, aliada ao desejo de trabalhar na educação em saúde, ela criou o projeto “Mamãe Enfa” [enfa vem da palavra enfermeira], um curso online que oferece orientações sobre amamentação, cuidados com o bebê, crescimento e desenvolvimento, entre outros temas da maternidade. A mamãe de primeira viagem e fisioterapeuta, Danielle Ramalho, fez o curso quando ainda estava com três meses de gestação. Hoje ela está com Clara nos braços, de três meses de vida, e considera que as orientações de Bruna foram essenciais para dar segurança na nova jornada maternal. “A gente fica perdida quando as outras mães falam sobre as dificuldades da amamentação, mas eu estou tendo uma experiência bem tranquila porque segui as orientações de ‘pega’ da mamadireitinho”, comemora.

Contudo, lançar o material exigiu estratégias e uma delas foi criar páginas no InstragramFacebook e YouTube, que podem ser acessadas pelo @mameenfa. Com o público-alvo focado em mulheres, em idade reprodutiva, gestantes ou mães de primeira viagem, além do conteúdo de saúde, Bruna compartilha sua rotina com os filhos, Heitor (quatro anos) e Helena (dois anos), como forma de reforçar a proximidade e gerar identificação com público, bem como endossar a sua credibilidade por reunir o conhecimento técnico e prático. “Acho que o desejo de quase 90% da população brasileira é o concurso público. Eu sou concursada, amo a UFRN e o trabalho na MEJEC, mas quem tem veia empreendedora sempre quer inovar e criar seu próprio negócio. Então, o trabalho de educação em saúde na internet é uma forma de realizar esse desejo também”, explica a Mamãe Enfa.

Cidade Empreendedora

Nessa perspectiva, entendendo o empreendedorismo como a capacidade de identificar problemas e oportunidades, de investir recursos e competências para desenvolver novos negócios, projetos ou movimentos, a UFRN desenvolve o  “Cidade Empreendedora: Despertando seu poder empreendedor”, coordenado pela pró-reitora adjunta de Pesquisa (Propesq-UFRN), professora Sibele Pergher, com o objetivo de disseminar a cultura do empreendedorismo e ajudar na divulgação da ciência para a comunidade em geral, por meio de ações junto a professores e alunos de escolas de ensino fundamental do município de Natal e de Parnamirim.

Entre as próximas atividades, há a pretensão de uma feira de empreendedorismo, onde os alunos possam mostrar projetos para mudar a realidade da escola e da comunidade onde a instituição de ensino está inserida. O contato com o “Cidade Empreendedora” pode ser feito pelo e-mail cidadeempreendedora01@gmail.com ou pelas mídias sociais do grupo no Facebook e no Instagram: fb.me/cidadeempreendedoraUFRN e @cidade.empreendedora. Foto: cedida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A ação da Propesq-UFRN, junto ao Laboratório de Peneiras Moleculares (Labpemol) do Instituto de Química (IQ-UFRN) e do Midas – projeto do “Ciência e Tecnologia do Brasil” do Instituto de Ciência e Tecnologia (INCT)-, conta com 10 pessoas, entre docentes, técnicos, alunos de graduação e pós-graduação. Esse ano o piloto foi desenvolvido em três escolas, sendo uma privada e duas públicas: o Instituto Reis Magos, Escola Estadual Antônio Pinto e a Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes (EMBEG), respectivamente.

Conforme Eduardo Rigoti, integrante do “Cidade Empreendedora”, o projeto de extensão tem como objetivo levar capacitação para que professores possam inserir conceitos de empreendedorismo durante as aulas, levando em conta que a ideia do empreendedorismo não é a de simplesmente abrir uma empresa. “Você pode ser empresário e não ser empreendedor e ser empreendedor e não ser empresário. O intuito é que o estudante tenha uma visão mais completa da carreira profissional e que ele seja um agente de mudança, que tenha iniciativa e saiba planejar sua carreira profissional”, explica.

Nesse sentido, cerca de 30 professores, além de líderes de alunos do 9º ano do colégio, participaram da ação na EMBEG, em Parnamirim. De acordo com a diretora da Brigadeiro Eduardo Gomes, Aracelli Viegas, “essa foi a primeira atividade do projeto na escola. Queremos conhecer melhor a temática para montar projetos aqui. Mas, já temos, por exemplo, os alunos do 9º ano que vendem salgados na escola para arrecadar dinheiro para a festa de formatura, em dezembro”, cita. Já para o professor de História da escola, Jimmy Silva, essa é sua primeira ação de formação fora do campo específico de atuação no colégio. “Tive contato com a temática do empreendedorismo de forma pessoal e me considero empreendedor, já trabalhei com bar e tentei inovar na estética do local. Além disso, vim de escola técnica, do curso de mineração, e lá a gente estava sempre criando e inovando”. O docente planeja utilizar o conteúdo da palestra para criar estratégias pedagógicas, com o uso do celular em sala de aula.

Foto: Naiara Bezerra

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Texto: Williane Silva de ASCOM – Reitoria/UFRN

Foto: Pixabay

Fonte: UFRN

 

Notícia republicada em www.brasilcti.com.br/empreendedorismo/estudantes-da-ufrn-investem-em-empreendedorismo-e-inovacao/

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