Encarando um provocador

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Jânio Quadros, que renunciou à presidência da República após sete meses, fazia campanha para o governo paulista, em 1982, quando ouviu gritar um mendigo, com um toco de cigarro pendurado nos lábios: “Fujão! Fujão! Fujão!”.

Jânio tentou ignorar o homem, mas, ao descer do palanque, lá estava o provocador: “Fujaããão!”

Ele olhou o sujeito fixamente e partiu em sua direção, resoluto. Temia-se uma agressão física do ex-presidente. Ele parou diante do mendigo, que se calara de repente, paralisado, com medo. Jânio, num golpe rápido, ao invés de um soco, retirou o toco de cigarro dos lábios provocadores, colocou-o na própria boca e foi embora.

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